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Os bancos comunitários e a superação da extrema pobreza

Por empreendedor social
17/06/12 00:01

POR JOÃO JOAQUIM DE MELO NETO SEGUNDO

O Conjunto Palmeira (32 mil habitantes), na periferia de Fortaleza (CE), fica a 7 km da agência bancária mais próxima. D. Lourdes, moradora do bairro, para receber mensalmente o benefício do Bolsa-Família, tem que pegar um coletivo para ir e voltar, gastando R$ 4 e no mínimo 1h30min de deslocamento.

Como é dia de pagamento, agência superlotada, com sorte vai ficar na fila outra 1h30. Se tomar uma água, lá se vão R$ 1,50. Esse custo visível (R$ 5,50), 6% do seu benefício, fica bem maior se somarmos a isso o custo com o tempo gasto, ao risco de assalto (no coletivo e no banco), ao custo ambiental com deslocamento, ao custo da saúde perdida com o estresse e ao fato de D. Lourdes geralmente gastar o dinheiro recebido ali mesmo perto do banco, empobrecendo o bairro onde mora.

Em 2006, a história de vida de D. Lourdes começou a mudar, quando o Banco Palmas, primeiro banco comunitário do Brasil, passou a operar, também, como correspondente bancário. A partir de então D. Lourdes pode receber o Bolsa-Família, pagar suas contas, ter acesso a crédito e a uma gama de serviços financeiros no próprio bairro, pertinho de casa, sem custos e perca de tempo. E claro, acostumou-se a fazer suas compras ali mesmo na comunidade, oxigenando as economias locais.

Por mês, o Banco Palmas atende 5.000 moradores no Conjunto Palmeiras e paga mais de R$ 600 mil de benefícios e aposentadorias.

Pra não ficar só na periferia de Fortaleza, vamos até São João do Arraial (7.000 habitantes), região das quebradeiras de coco, interior do estado do Piaui. A agência bancária mais próxima fica a 36 km, no município de Esperantina.

Era para lá que todos os moradores se dirigiam mensalmente para receber seus salários e realizar qualquer outro atendimento bancário. Em 2009, foi criado o Banco Comunitário dos Cocais e implantado um correspondente em São João do Arraial. O dinheiro começou a circular no local, e a cidade se transformou economicamente de forma admirável.

Mas, se existe a lei que possibilita a implantação de correspondentes bancários, por que no Brasil ainda temos 49% da população excluída do sistema financeiro e bancário (Ipea, 11/1/2011)? Por que não existe um correspondente em cada recanto do país?

Por dois motivos fundamentais: a grande burocracia e a baixa remuneração paga pelos bancos aos correspondentes.

Nessa reflexão, é importante também separarmos aqueles correspondentes criados apenas para aliviar a superlotação das agências bancárias daqueles que estão implantados nos bolsões de pobreza, a exemplo dos bancos comunitários. Estes devem ser pagos (e tratados) de forma diferenciada, com uma legislação adaptada e desburocratizada, pela grande utilidade social de seu trabalho.

A presidenta Dilma Rousseff estabeleceu a superação da extrema pobreza como prioridade máxima de seu governo. Nos grotões urbanos e rurais do Brasil, os serviços financeiros e bancários são instrumentos imprescindíveis para o alcance dessa meta.

Estamos fazendo nossa parte! Podemos criar milhares de bancos comunitários disseminando correspondentes por todo Brasil. É uma decisão política.

João Joaquim de Melo Neto Segundo é coordenador do Banco Palmas e do Instituto Palmas

 

www.bancopalmas.org.br

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Comentários

  1. Guy de Fontgalland Loureiro comentou em 20/06/12 at 11:31

    Achei a ideia do Banco Comunitário excelente, contudo considero necessária a sua evolução do papel de correspondente, para o de instituição bancária independente. Nessa linha poder-se-ia buscar a edição de lei específica que facilitasse a criação de uma rede de Bancos Comunitários.

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