Folha de S.Paulo

Um jornal a serviço do Brasil

  • Assine a Folha
  • Atendimento
  • Versão Impressa
Seções
  • Opinião
  • Política
  • Mundo
  • Economia
  • Cotidiano
  • Esporte
  • Cultura
  • F5
  • Classificados
Últimas notícias
Busca
Publicidade

Empreendedor Social

Blog dos integrantes da Rede Folha de Empreendedores Sociais

Perfil O blog é produzido pela Rede Folha de Empreendedores Sociais

Perfil completo

As lições da seca que assola o semiárido

Por empreendedor social
26/04/12 17:54

Agricultor no semiárido paraibano (foto Renato Stockler/Na Lata)

 

POR JOSÉ DIAS

seca que assola o semiárido da Paraíba já apresenta vários impactos. Mas, também, existem lições na vida de agricultoras e agricultores de base familiar.

As principais conseqüências foram levantadas num encontro itinerante de Gestão dos Fundos Rotativos Solidários, realizado neste mês na comunidade Santo Agostinho, município de Teixeira , com lideranças comunitárias e integrantes de famílias beneficiárias das ações desenvolvidas e apoiadas pelo Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Social).

Os principais impactos são: escassez de alimentos para os animais –famílias já estão comprando ração para salvá-los; escassez de água para o consumo humano e de animais; preço dos cereais elevado, que pode ocasionar fome, principalmente, nas famílias com mais fragilidades financeira; possibilidades de aumentar a migração campo-cidade, inclusive, para outras regiões do país; desânimo das pessoas, influenciando na diminuição da participação nos processos, sobretudo, em relação a temáticas de construção e aprimoramento dos conhecimentos.

O foco de preocupação das pessoas se volta para prioridades emergenciais. Tem aumentado a infestação do mosquito da dengue, por conta da estocagem de água, principalmente, nas cidades, em função do racionamento.

Há impacto na dinâmica de execução de projetos, dentro de uma abordagem participativa, uma vez que as preocupações se voltam para soluções emergenciais. Com isso, prevê-se influência na dinâmica dos Fundos Rotativos Solidários, do ponto de vista de arrecadação e de participação.

Também deve haver fortalecimento da dominação dos políticos tradicionais face às fragilidades das famílias pela coincidência de um ano de estiagem, também, ser um ano de eleições municipais.

As principais lições são a percepção da necessidade de se preparar mais nos períodos de chuva abundante, com maior estocagem de água e alimentos para os seres humanos e para os animais. Pode ser um momento para resgatar os mutirões de limpeza e escavação das cacimbas.

Impactos de curto, médio e longo prazos

Isso revela a necessidade, urgente, de medidas por parte dos gestores públicos no sentido de minimizar esses impactos em curto, médio e longo prazo.

Revela, também, a importância da mobilização social no sentido de cobrar que as políticas públicas, planejadas para esta região, sejam ajustadas para atender a realidade e as necessidades que as mudanças climáticas impõem, no momento.

Em curto prazo, medidas emergências são necessárias, a exemplo de decretação de estado de emergência, abastecimento de água através de carros-pipa e, em relação a alimentação, humana e animal , é fundamental que os estoques do governo federal, geridos pela Conab, possam ser disponibilizados no sentido de evitar a venda, com prejuízo, dos estoques agrícola e do rebanho animal de agricultores, patrimônio este constituído ao longo de vários anos, e ajustar o preço do mercado em relação aos cereais necessários à alimentação das famílias.

Em médio e longo prazos, é necessário planejar políticas que possam reforçar as estratégias que a sociedade civil vem adotando em relação à estruturação das propriedades da agricultura familiar, principalmente, na parte de manejo da água nas propriedades e nas comunidades, visando à estocagem de água e alimentos que permitam, em secas futuras, uma melhor convivência com a realidade semiárida.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Movido por talentos

Por empreendedor social
23/04/12 15:42

POR DAVID HERTZ

Todos já ouviram falar no Fórum Econômico Mundial e algumas poucas pessoas na comunidade YGL (Young Global Leaders).

No ano passado, fui convidado para ir ao Fórum Econômico Mundial para a América Latina, no Rio de Janeiro, para contar nossas experiências na Gastromotiva de “empoderar” pessoas por meio da comida, da gastronomia.

E, neste ano, tive a honra de ser eleito um YGL. A principio, quando soube da minha indicação, quis entender o que me ligava a esse grupo de pessoas especiais de até 40 anos, que já conseguiram, com seus trabalhos, um imenso impacto econômico e social. Pessoas com muito conhecimento e realizações.

Por que eu? Descobri, nesses poucos dias que nos reunimos no México, antes do Fórum Econômico Mundial para a América Latina, que o que nos une é a humildade e a verdade, a paixão que cada um coloca na sua vida para atingir algo além das suas aspirações pessoais e que, de fato, querem fazer as transformações neste mundo.

A comunidade dos YGL foi criada em 2004. Hoje fazem parte 838 pessoas, de todos os lugares do mundo. Muitos são gestores empresariais, reconhecidos nas influências que têm como líderes; muitos são empresários, e uma grande parte são de empreendedores sociais, artistas, atletas, ativistas e políticos.

Desde a criação, 14 projetos já nasceram desse encontro de pessoas inspiradoras. Alguns já estão escalando para todo o mundo e outros estão se consolidando para replicar. Existem projeto criados em conjunto, como o caso do Beyond Tomorrow, para apoiar as vítimas do terremoto no Japão, os Fish Banks, o Global Inclusion Task Force, o Thirst and Happiness, entre outros.

De todos os projetos, gostaria de comentar sobre dois ao menos: Table for Two e Dignity.

Table for Two, de forma bem criativa, adiciona um valor de 25 centavos a contas de restaurantes, cantinas e produtos de prateleira no Japão para encaminhar para países que tem altos números de subnutrição e obesidade. O projeto já esta em oito países e já dividiu mais de 13 milhões de refeições.

Dignity é um projeto global que qualquer pessoa pode aplicar em sua escola. Criado pelo rei Akkoon, da Noruega, busca levar o conceito do valor da dignidade para escolas do ginásio, de uma forma gostosa, de conhecimento enriquecedor e totalmente realizada através de voluntários.

Na semana passada, me juntei ao grupo que ia levar o projeto para as escolas de Puerto Vallarta, balneário do México, e tive a oportunidade de conhecer, por algumas horas, 30 jovens bem de perto e conduzir uma conversa franca, baseada em exemplos pessoais. Para todos nós, foi uma das experiências mais marcantes, porque tinha uma ação muito prática e simples, mas ao mesmo tempo complexa e desafiadora. Mais de 200 jovens hoje estão conversando com suas famílias e divulgando nas mídias sociais o que é dignidade!

Mas não são só projetos que nos une. Os projetos são os resultados práticos e que nos dão a possibilidade de nos vermos e engajarmos.

Existe o lado bem pessoal, das conversas paralelas multi-inspiradoras, que ocorrem nas refeições ou nas festas (sim, muita festa), que começam sem nenhum interesse e trazem às vezes memórias guardadas, intocadas, boas ou marcantes, que fizeram você ser o que é hoje.

Esses encontros acontecem sem parar, um após o outro. Nas conversas te levam ao passado, ao presente, revelando que você está no lugar certo, com a pessoa certa, no momento certo. É o que eu chamo um estado de “bliss”, felicidade, conexāo e plenitude.

Todas as seções dos encontro sāo conduzidas pelos próprios YGL. Durante dois dias, pudemos entender a complexidade do que é viver hoje, que me trouxe uma boa base para pensar em projetos/ações que transformem o sistema, para criar esse novo mundo _os “peers to peers”, as complexidades, os workshops.

Quando fui convidado a ir nesse encontro, pediram para que trazer algo inspirador, em um pitch de cinco minutos, para abrir o nosso encontro com alguns outros YGL.  Eu e minha equipe nos conectamos e conseguimos trazer a essência do nosso trabalho para dividir com todas essas pessoas especiais. Foi ao mesmo tempo desafiador, mas me preparou para chegar inteiro, de coração aberto. Mais uma vez a comida me apresentou e me conectou. Como fechei minha apresentação: “food is destiny!”

Quando você chega nesta comunidade, como é o meu caso, e vê que, durante esses próximos cinco anos terá este lugar seguro, para encontro, apoio, conhecimento, troca e inspiração, o sentido de viver fica claro e que o mundo que queremos é possível, está sendo construído, em todos os lugares.
2012, o mundo está acabando, segundo os calendário Maia, e eu vejo que é o mundo do limite, das diferenças, das certezas absolutas, da falta de cuidado.
O novo mundo é o mundo dos talentos, que todos têm, que, quando bem apoiado, é motivador!

Para aqueles que quiserem participar nesta jornada e se engajar com algum dos projetos, Table for Two ou Dignity Day, venham conosco.

Pretendo, nesse site do Empreendedor Social, dividir a história de alguns YGL e outros projetos e comunidades do Fórum Econômico Mundial, começando pela iniciativa dos Young Global Shapers.

Quem sabe, assim, logo conseguiremos viver melhor neste mundo que, segundo Klaus Schwab, será movido por talentos!

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Quem se dispõe a financiar um programa de adaptação das famílias do semiárido às adversidades do clima?

Por empreendedor social
20/04/12 20:50

 

O Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Social) atua na Paraíba

O enfoque do projeto é a agricultura familiar

 Por José Dias

 Muitos se têm refletido, sobretudo, no âmbito da sociedade civil, que a solução para vida digna e sustentável no semiárido passa pela convivência com a realidade semiárida. Essa, inclusive, tem sido a abordagem do Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Social) nos mais de 25 anos de atuação no semiárido da Paraíba.

 Essa abordagem aposta na ideia de que o fortalecimento da agricultura familiar, na região semiárida, passa pela estruturação das propriedades, com iniciativas técnicas, de baixo custo, aproveitando os potenciais diferenciados que a natureza oferece em cada propriedade.

 Esse enfoque revela que há necessidade de iniciativas de gestão difusa, principalmente no campo da captação e manejo da água na propriedade, para atender demandas difusas, ou seja, que sejam iniciativas desenvolvidas com a efetiva participação das famílias beneficiárias de modo a permitir sua apropriação em relação à gestão, manutenção etc.

 Sem dúvida, são experiências que já vem sendo desenvolvidas, com eficácia, em pequena escala –cisternas de placa adequadas às especificidades físicas e climáticas dos territórios; sistemas de bombeamento adequados para inclusão de toda família no processo de gerenciamento das estruturas (bomba aro-trampolim); sistemas de captação de água de chuva em margens de estradas; tanques de lajedo; sistemas de aumento de eficiência na irrigação; sistemas de qualificação da água para consumo humano; técnicas para redução do desperdício no uso da água na produção; cisternas com sistemas de bóias para lavagem do telhado; barragens subterrâneas etc.–, aliadas com atividades educativas que possam gerar novos valores em relação ao uso dos recursos naturais. Inclui-se aqui também a estruturação de bancos de sementes de espécies agrícolas e florestais, reflorestamentos, a partir de processos de agroecologia.

 Essas iniciativas necessitam serem ampliadas por políticas públicas que se voltem para o fortalecimento da agricultura familiar a partir de projetos de adaptação aos efeitos das mudanças climáticas, considerando, fundamentalmente, os potenciais naturais e ocacionais de cada região, de cada propriedade.

 Nesse contexto, levanta-se como importante a realização de um estudo que possa ofertar informações seguras de qual a estrutura básica necessária para que uma família, focada na agricultura familiar, com um número médio de pessoas e, uma média de hectares, por propriedade, possa atravessar uma seca (estiagem prolongada) tendo água para o consumo humano, para as necessidades gerais da casa (lavar roupa, tomar banho, cozinhar), para a produção e para dessedentar os animais, sem necessitar de abastecimento através de carros-pipa.

 Nesse contexto, perguntas surgem: quem se dispõe a financiar um estudo dessa natureza? Quem pode ofertar um estudo dessa natureza? Os centros acadêmicos?

Sem dúvida, a extração desses elementos, por meio de um processo participativo, com a interação do saber técnico com o saber tradicional, constitui-se um componente fundamental para subsidiar uma política de adaptação às mudanças climáticas a partir da estruturação das propriedades da agricultura familiar, por meio de obras difusas para atingir a segurança hídrica.

 Obviamente, uma política dessa natureza trará consigo a necessidade de constituição de um fundo de apoio a implementações, de tal modo a possibilitar condições de apoio as tecnologias sociais de acordo com os potenciais que possam existir em cada propriedade.

 Novamente surgem a pergunta: quem terá interesse de apoiar a construção de uma política dessa natureza? Os governantes? A iniciativa privada?

 Há que se avaliar se os gestores públicos têm realmente interesse na planificação de projetos de adaptação, no sentido real da palavra. Há variadas iniciativas, mas, talvez, além de serem isoladas não se constitui objeto de uma política governamental, na verdade não são trabalhadas nessa perspectiva, ou seja, de ampliar o poder que cada família tem de ter capacidade de enfrentar as adversidades advindas das mudanças climáticas.

 Muitas das iniciativas com essa abordagem de adaptação têm nascido, mas, da parte das organizações da sociedade civil, em grande parte com o apoio do governo federal, como é o caso do

P1MC – Água para o consumo humano e do P1+2 – Água para a produção, ambos os programas geridos pela Articulação Semiárido Brasileiro – ASA Brasil, com o apoio financeiro do MDS.

 Talvez alguns governos ainda vejam que a questão da adaptação passa por grandes obras como é a proposta da transposição das águas do Rio São Francisco que, na verdade, não assume essencialmente o contexto de adaptação, dentro de uma lógica de fortalecimento da agricultura familiar, com menos impactos ambiental.

Pelo contrário, trata-se de uma obra gigantesca, com impactos ambientais significativos e de gestão centralizada, incapaz de ser apropriada pelas famílias de agricultores e agricultoras, sobretudo, do ponto de vista de gestão.

Fica, portanto, a pergunta: quem teria interesse de financiar programas de adaptação das famílias da região semiárida às adversidades climáticas, dentro de um contexto real da palavra adaptação?

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

O que é a simplicidade?

Por empreendedor social
10/04/12 14:24

Por Gisela Solymos – Cren

Ele era vendedor de frutas e não tinha dinheiro para casar com a mulher com quem namorava. Mas, em 1981, conseguiu abrir uma farmácia na periferia de Fortaleza (CE). Era a primeira do bairro. O olhar para as necessidades da comunidade fez com que o dono, Francisco Deusmar de Queirós, inovasse. Colocou nas gôndolas produtos de higiene, beleza e conveniência, algo que não havia sido feito antes. 

Depois, tomou a dianteira mais uma vez, quando começou a receber contas de água, luz e telefone na unidade, facilitando o acesso dos clientes a esses serviços. 

O que a história do fundador da rede de drogarias Pague Menos tem a ver com empreendedorismo social? A simplicidade. Mas o que é essa simplicidade? É a capacidade de olhar o real, a realidade, os fatos, sem interpor nada entre seu olhar e a própria realidade. Então, o simples, que também estiver preocupado com o bem comum, será criativo. Essa é a base do verdadeiro empreendedorismo. Assim, os empreendedores podem responder às perguntas que os movem. 

O empresário deve ter se perguntado o que poderia fazer a mais pela comunidade de Fortaleza. Do mesmo modo, a questão que me moveu estava e ainda está relacionada à pobreza: por que as pessoas não podem ter o que deveriam? Por que não podem ser o que poderiam?

É por uma paixão a estas perguntas, é pelo verdadeiro envolvimento com elas, que um empreendedor é movido, seja ele ganhador de um prêmio ou não. A simplicidade, que nos dá a abertura necessária ao conhecimento novo, é o que permite identificar as demandas existentes e ser criativos para resolvê-los, trabalhando com recursos limitados, e sempre em equipe! 

A simplicidade, a serviço do bem comum, constrói empreendedores e transforma o mundo!

Em tempo: Queirós foi eleito Empreendedor do Ano na categoria Master da Ernst & Young Terco, no fim de março. Na premiação, fui homenageada na categoria Empreendedor Social.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Mumbai e a Rocinha – na mio ro ren gue kyo*

Por empreendedor social
09/04/12 11:03

Por David Hertz – Gastromotiva

Ao ler a manchete do jornal Folha de SP, na última sexta-feira (06/04), e ver a foto do PM reformado Osaide de Holanda Cavalcante, fiquei extremamente tocado pela história desse pai, que perdeu na seu filho, assassinado na Rocinha ao trabalhar como PM.

Para mim, é impossível imaginar a dor que esse pai sente. Rodrigo Alves Cavalcante, o PM que estava lá para cuidar da comunidade neste momento de transição, pode ter sido um daqueles com quem conversei rapidamente há duas semanas, quando tive uma das experiências mais significativas desses meus anos de viajante. 

Eu cheguei na Rocinha com um novo amigo, que leva o budismo para esta comunidade. A hospitalidade e fé desse grupo de pessoas que me acolheu são tão genuínas que, para mim, foi impossível não fazer uma comparação entre a Rocinha e a Índia, ao andar pelas vielas e acompanhar os mantras recitados. Mumbai e quase todo o país, para quem conhece, sabe que em termos de pobreza e infraestrutura é igual a Rocinha. O que é diferente no Oriente, em termos gerais, é o valor que se dá à vida e às relações. Seja pelas religiões, pelos sistemas de castas, ou outros motivos ao qual eu não sou tão especialista, um ar de respeito, confiança e segurança está no ar. Estar vivo tem outro valor, é muito diferente daqui. A pobreza está mais espalhada e não isolada como no nosso país.  Os valores estão mais enraizados.

O budismo promove o exercício de se auto-aprimorar. O objetivo maior de se praticar, em princípio, é a transformação pessoal. Ao cuidar de si, o indivíduo pode contribuir de forma positiva para que aquele lugar onde está seja um lugar melhor. Essa filosofia pode ser incorporada por todas as pessoas, em qualquer lugar. A situação que nos encontramos é resultado das nossas ações e de onde colocamos a nossa energia.

Por uma série de motivos e uma vontade imensa de replicar nossos projetos no Rio de Janeiro, quis conhecer a Rocinha e cheguei lá dessa forma inusitada. As pessoas que vivem nesse lugar, sobre o qual todos nós ouvimos falar desde criança, quer mudar. Um esforço coletivo pode durar anos, gerações, mas pode transformar. Vejo isso todos os dias e não conheço outro caminho para uma vida mais segura, feliz e criativa.

Para o senhor Osaíde e todos os que buscam transformar e construir uma nova sociedade, fica cada vez mais forte a necessidade de se desconstruir essa realidade em que vivemos e de revermos nossos valores e ações todos os dias. A mudança que a Rocinha precisa é a mesma que todos nós queremos, mas sem mais nenhuma perda, como a valiosa vida do jovem Rodrigo. 

* Mantra budista conhecido como “Daimoku”. De acordo com os ensinamentos, sua recitação alinha nossas vidas com o Universo e, por meio dessa harmonia, desperta-se a Natureza de Buda.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Caminhos abertos

Por empreendedor social
29/03/12 10:30

Por André Albuquerque, diretor-executivo e fundador da Terra Nova Regularizações Fundiárias.

Na última segunda-feira (26) o Cartório de Registro de Imóveis de Pinhais, Grande Curitiba, entregou para o prefeito do Município, Luizão Goulart, e para o diretor de operações da Terra Nova, Daniel Albuquerque, o registro final de aprovação dos Projetos de Regularização Fundiária das comunidades Vila Governador e Vila União.

Mediado pela Terra Nova, o registro destes dois loteamentos é fruto de uma ação pioneira envolvendo o poder público e as associações de moradores, utilizando os novos instrumentos legais previstos no artigo 50 da nova Lei Federal nº 11.977/2009, conhecida como Minha Casa Minha Vida.

A partir desta aprovação, todos os moradores que já quitaram a indenização devida ao proprietário legal da área, e estão com o IPTU dos seus lotes em dia, podem ter acesso ao o título de propriedade dos lotes que ocupam.

Para a Terra Nova, a entrega deste registro final representa um marco nas questões da regularização fundiária de interesse social. Para chegarmos a esse ponto, tivemos que superar muitas etapas, convencer muitos técnicos, órgãos ambientais e Ministério Público, sobre o tema da regularização fundiária, para que eles pudessem compreender as peculiaridades do trabalho, resultando na entrega deste registro final de aprovação.

Uma aprovação que não representa apenas a conclusão do trabalho de regularização fundiária. Mas uma mudança de paradigma para todas as instituições envolvidas com o projeto.

Para nós, é uma grande vitória. Através desse trabalho, conseguimos demonstrar que com o apoio efetivo do município, que compreende a importância da atividade para a população, é possível superar todos os obstáculos em prol do direito à moradia.

Abriu-se um novo caminho para superar obstáculos relativos à dívida de IPTU, projetos urbanísticos, concessão de licenças, modelo de abertura de matrículas e registro de imóveis para áreas em Regularização Fundiária de Interesse Social.

Sou grato a todos os colaboradores da Terra Nova e a todas as instituições que participaram e contribuíram para este resultado.

vilagovernador

Vila Governador no início da ocupação, na década de 1990.

 

Vila Governador em 2011, após a entrada do Terra Nova.

 

Vila União no início da ocupação, década de 1990.

Vila União no início da ocupação, década de 1990.

 

Vila União em 2011

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Os 20 anos do IPÊ

Por empreendedor social
26/03/12 14:00

Por Suzana e Claudio Padua

Há 20 anos plantamos uma semente de ipê. Fundamos uma organização sem fins lucrativos, cuja missão original era contribuir para a conservação da biodiversidade brasileira: o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. O nome foi escolhido para homenagear a árvore símbolo do Brasil. Aos poucos, os galhos foram despontando para direções amplas, além da proteção de espécies ameaçadas, buscando acomodar as necessidades ligadas à conservação da natureza. Alguns ramos se dedicaram à educação ambiental, outros à recuperação de áreas degradadas, outros ainda à busca de alternativas de melhorias para as comunidades com as quais estávamos envolvidos. Mas, um dos cernes de nosso tronco central começou a se fortalecer no campo da educação. Aqueles que fundaram o IPÊ (organização), estudaram e se profissionalizaram em áreas complementares, formando uma copa de árvore cada vez mais sólida e frondosa. Foi assim que percebemos a necessidade de regar e cultivar talentos e repassar, a um público mais amplo, o conhecimento de como tratar as questões complexas ligadas à conservação.

Plantamos, em 1996, o Centro Brasileiro de Biologia da Conservação – CBBC, que oferece cursos de curta duração em temas variados da sustentabilidade. Anos depois, com nossa equipe preparada e madura (mais de 10 doutores) aplicamos para oferecer um Mestrado. A CAPES-MEC nos reconheceu oficialmente como uma entidade de ensino superior, por considerar o IPÊ preparado para mais esta floração. Foi assim que, em 2008, a Escola Superior de Conservação Ambiental e Sustentabilidade – ESCAS começou a lecionar (com apoio da Natura e do Instituto Arapyaú). Em 2012, o IPÊ está ousando ainda novos terrenos, desta vez em parceria com outras organizações (FIA/FEA- USP e Artemisia). Juntos, desenhamos e lançamos um MBA, com um ramo forte na sustentabilidade. Os mais de 4.000 alunos que passaram pelo CBBC, ESCAS e agora MBA são sementes que vêm disseminando ipês pelo Brasil e America Latina afora.

Outros brotos vêm sendo cultivados, como a Unidade de Negócios Sustentáveis, que cuida de parcerias com o mundo empresarial e com comunidades que aprendem a produzir artesanatos que retratam a natureza brasileira. A missão da Unidades é ajudar os projetos de campo em andamento e a fortalecer a própria instituição, para que seja cada vez mais reconhecida por sua beleza, qualidade e seriedade de propósitos.

Outra raiz do IPÊ é a empresa Arvorar, criada para aumentar a escala dos projetos de reflorestamento, serviços ambientais e questões florestais das mais diversas naturezas. O objetivo é ampliar a copa ou abrangência do IPÊ para dar contribuições mais significativas às áreas socioambientais de interesse da instituição.

O tronco administrativo foi também se fortalecendo, permeado de transparência e profissionalismo (que inclui auditoria externa). A estrutura mais sólida tem facilitado a formação de ramificações e colaborações do IPÊ com empresas e governos. São muitos os que acreditam e apóiam a instituição, o que nos enche de gratidão e nos traz a certeza de estarmos no rumo certo. Os cuidados, no entanto, são diuturnos na semeação de ideias, na rega durante o plantio e implantação de sementes que parecem promissoras, na eliminação de ervas daninhas com podas eventuais, e muita celebração quando novos brotos despontam.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

Inscrições prorrogadas para "Aceleradora"

Por empreendedor social
26/03/12 10:55

A Artemisia Negócios Sociais, parceira do Prêmio Empreendedor Social Folha, abre chamada para a próxima turma da Aceleradora de Impacto, programa de aceleração de negócios que tem como objetivo potencializar o impacto social e a geração de lucro de startups que tenham como foco a população de baixa renda.

Até o dia 08 de abril, empreendedores de todo o país poderão que preencher o formulário de interesse disponível no site do programa. Após avaliação, os negócios mais alinhados aos critérios de seleção passaram pelo processo de entrevistas e análise do modelo de negócio. Os selecionados farão parte da próxima turma da Aceleradora de Impacto, que terá início em maio.

Através dos pilares Design do Modelo de Negócios, Mentoria, Capital Humano, Investimento Semente e Estruturação do Crescimento, o programa, com duração de 9 meses, tem o objetivo de qualificar os negócios sociais para receber investimentos de risco. A Artemisia busca modelos de negócios rentáveis, com alto potencial de escala e impacto social, que sirvam à população de baixa renda. Os setores dessa prospecção são saúde, educação, soluções financeiras e tecnologias para todos.

Acesse o site: www.artemisia.org.br/aceleradora e inscreva-se.

Turma do "Aceleradora" edição 2011: alegria de empreender pelo bem comum.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

O Dia da Água continua - II

Por empreendedor social
23/03/12 09:45

Por Ricardo Cardim*

Como seria a disponibilidade de água nas cidades brasileiras se desde
o começo da urbanização tivéssemos cuidado de nossos rios?
Provavelmente, metrópoles como São Paulo teriam, além de novas áreas de
lazer, muito mais água. A necessidade atual de economizar água passa
principalmente pelo descuido com o meio ambiente urbano. Nossos rios
dentros das cidades foram transformados em canais de esgotos ao céu
aberto ou sob o asfalto, como é de conhecimento de toda a população, e
a água potável teve em grande parte de ser importada de lugares
distantes.

A vegetação urbana, principalmente aquela que deveria existir na beira
dos rios urbanos – as matas ciliares – tem a capacidade de ajudar na
absorção da chuva para o lençol freático e ainda filtrar a água. Se,
nas cidades, a maioria das matas ciliares é passado remoto, na zona
rural ela ainda existe por força da lei. Com as absurdas discussões
sobre alterar o Código Florestal, infelizmente não se sabe até quando.

*Ambientalista e botânico criador da iniciativa Amigos das Árvores de São Paulo, que tem como objetivo conectar as pessoas sobre a importância do verde urbano para a qualidade de vida e resgatar a biodiversidade nativa da cidade de São Paulo.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor

O Dia da Água continua - I

Por empreendedor social
23/03/12 09:44

Por Luana Nobre*

A água, Patrimônio da Terra, escassa em algumas regiões e poluída em outras, deve ser lembrada todos os dias. O Dia Mundial da Água nos alerta sobre a necessidade de agir, preservar a água para preservar a vida. Aproveito para citar um trecho da Declaração Universal dos Direitos da Água, que remete ao meu meio de vida, de trabalho e lazer. “O equilíbrio e o futuro de nosso planeta dependem da preservação da água e de seus ciclos. Estes devem permanecer intactos e funcionando normalmente para garantir a continuidade da vida sobre a Terra. Este equilíbrio depende em particular, da preservação dos mares e oceanos, por onde os ciclos começam”.
 
* Professora de educação física especializada em natação e surf adaptado, é empreendedora social Folha e uma das criadores da AdaptSurf, que promove a inclusão e integração social das pessoas com deficiência ou mobilidade reduzida através do esporte e lazer, aproveitando a praia como ambiente e o surf adaptado como instrumento.

Mais opções
  • Google+
  • Facebook
  • Copiar url
  • Imprimir
  • RSS
  • Maior | Menor
Posts anteriores
Posts seguintes
Publicidade
Publicidade
  • RSSAssinar o Feed do blog
  • Emailempreendedorsocial@grupofolha.com.br

Buscar

Busca

Sites relacionados

  • Empreendedor Social
  • Fundação Schwab
Publicidade
Publicidade
Publicidade
  • Folha de S.Paulo
    • Folha de S.Paulo
    • Opinião
    • Assine a Folha
    • Atendimento
    • Versão Impressa
    • Política
    • Mundo
    • Economia
    • Painel do Leitor
    • Cotidiano
    • Esporte
    • Ciência
    • Saúde
    • Cultura
    • Tec
    • F5
    • + Seções
    • Especiais
    • TV Folha
    • Classificados
    • Redes Sociais
Acesso o aplicativo para tablets e smartphones

Copyright Folha de S.Paulo. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress (pesquisa@folhapress.com.br).