Empreendedor SocialEmpreendedor Social http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br Blog dos integrantes da Rede Folha de Empreendedores Sociais Mon, 18 Nov 2013 13:35:34 +0000 pt-BR hourly 1 https://wordpress.org/?v=4.7.2 Nova plataforma http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/07/25/nova-plataforma/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/07/25/nova-plataforma/#respond Wed, 25 Jul 2012 17:41:22 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=424 Continue lendo →]]> A partir de hoje, os 49 integrantes da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais passam a escrever artigos na seção Opinião do site Empreendedor Social, não mais neste blog.

Rodrigo Brito estreia hoje, revelando qual é “a maior escola de empreendedorismo do Brasil”. Leia em http://www1.folha.uol.com.br/empreendedorsocial/colunas/1125239-a-maior-escola-de-empreendedorismo.shtml.

 

 

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Uma segunda moeda agora pode? http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/07/11/uma-segunda-moeda-agora-pode/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/07/11/uma-segunda-moeda-agora-pode/#respond Wed, 11 Jul 2012 03:15:21 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=417 Continue lendo →]]> POR JOAQUIM MELO

Já existia em outros lugares. Esses dias chegou em Fortaleza com carga pesada: “Dotz: a sua segunda moeda”. Assim está divulgado,em vários Estadosdo Brasil, no horário nobre da televisão, em enormes outdoors nos aeroportos, em cartazes fixados em centenas de estabelecimento comerciais.

Dotz, sua segunda moeda, simplesmente assim. Não é dito quem é o dono, quem administra, a quem ela beneficia. O máximo que a ostensiva propaganda anuncia é que você pode ganhar Dotz comprando nas lojas credenciadas e trocar essa sua “segunda moeda” por produtos em vários estabelecimentos.

Claro, a pretendida segunda moeda dos brasileiros (com grafia estrangeira) é um imenso programa de fidelização, que o proprietário (desconhecido do grande  público) utiliza para auferir lucro a cada compra que você faz.

Essa história inquieta de maneira particular o Banco Palmas (1998), primeiro banco comunitário do Brasil criado no Conjunto Palmeira, um bairro popular da periferia de Fortaleza, que idealizou a moeda Palmas, à qual denominamos “moeda social local circulante”.

Como o próprio nome expressa, essa moeda social, de circulação restrita ao bairro (e lastreada em reais), tem como único objetivo o desenvolvimento socioeconômico da comunidade, uma vez que serve para estimular o consumo nos empreendimentos locais.

Seu “dono” é a própria comunidade representada por um banco comunitário, administrado por uma entidade de natureza associativa e comunitária, que vem identificada na própria moeda, com nome, endereço e telefone.

Ao mesmo tempo, Palmas não reivindica ser uma “segunda moeda”, pois, para isso, teria que reconhecer que existiria uma primeira com sua semelhança.

O Brasil não precisa de uma  outra moeda. A que nós temos (os reais) já nos basta. Ela cumpre bem o papel para a qual foi criada (comprar, poupar, acumular, aplicar, especular…).

As moedas sociais circulantes dos bancos comunitários não têm esses propósitos, não objetivam lucro, nem se consideram uma moeda paralela. Elas são um ativo de caráter econômico e pedagógico, que traz em si os valores de uma  outra economia (a economia solidária) e buscam, através dos laços de cooperação entre os moradores, ajudar na criação de redes locais, onde todos na comunidade ganham quando produzem e consomem uns dos outros, ao contrário do Dotz, que afirma ser uma moeda que você “ganha sem ter que trabalhar”, segundo o Google.

Por último, temos por obrigação histórica relembrar o fato de em 2003 o Banco Central ter processado criminalmente o (pequeno) Banco Palmas por ter criado a moeda Palmas, segundo eles, uma moeda paralela.

Ainda em 2011 o Ministério Público, através de um processo administrativo, pediu explicações ao Banco Palmas sobre o funcionamento e a legalidade dessa moeda.

E o Dotz, pode? Vale fazer uma campanha nacional, ostensiva e escancarada nos meios de comunicação, afirmando ter se criado uma segunda moeda? Pode se ganhar dinheiro “vendendo” uma segunda moeda?

A palavra fica com a autoridade monetária. Talvez o primeiro passo seja perguntar ao dono do Dotz (judicialmente, é claro!): Quem o autorizou a fazer essa moeda paralela.

Não foi assim com a gente…

João Joaquim de Melo Neto Segundo é coordenador do Banco Palmas e do Instituto Palmas.

 www.bancopalmas.org.br

 

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Precisamos fazer uma revolução educacional http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/22/precisamos-fazer-uma-revolucao-educacional/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/22/precisamos-fazer-uma-revolucao-educacional/#comments Fri, 22 Jun 2012 03:15:32 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=415 Continue lendo →]]>

POR DAGMAR GARROUX

 

Hoje em dia, muito se fala em sustentabilidade de países, cidades, comunidades. Preocupação com o meio ambiente, salvar o Planeta, atitudes ecologicamente corretas.

Tudo isso é muito importante, sim. Entretanto, muitos se esquecem do principal, no meio de todas essas questões e atitudes.

Se não houver uma preocupação com a educação, para que as pessoas entendam o que está errado e como podem contribuir para que toda essa situação possa ser revertida, nada vai acontecer.

E o governo tem o poder na mão para fazer essa transformação, investindo na educação.

Precisamos fazer uma revolução educacional. Precisamos investir em educação, entendendo que conhecimento é a compreensão da realidade e surge de um esforço de investigação para descobrir o que não está compreendido ainda.

Entendendo que conhecimento não é compreender a realidade retendo informações, mas compartilhá-las para descobrir o novo e avançar rumo a um mundo melhor, porque, quanto mais competente for o entendimento do mundo, melhores serão as ações para transformá-lo.

Quando temos paixão pela vida e por aquilo que fazemos, conseguimos ter competência, ser referência para outras pessoas e ter força para formar multiplicadores. E só assim garantir a sustentabilidade de um projeto, de uma comunidade, de uma ação, enfim do nosso Planeta, que é a nossa casa.

Quando somos maiores que aquilo que fazemos, nada pode nos desequilibrar. A educação tem sentido quando caminha para o desenvolvimento humano, contribui para a formação da consciência do ser humano, dos jovens, das crianças.

Consciência da nossa identidade sistêmica (biológica, psíquica, cultural, social, histórica), comum a todos os seres humanos. A consciência de que moramos todos na mesma casa (o Planeta Terra) e de que temos que arrumar nossa casa.

Somos a única espécie que não faz falta para o Planeta, para a teia da vida. Não podemos mais pensar em raças (as raças são para animais).

Precisamos identificar a complexidade da natureza humana, que atualmente está totalmente desintegrada na educação. E situar nossa natureza no universo, e não separá-la dele.

Também é essencial trabalhar a educação para a compreensão, em todos os sentidos: entre seres humanos, entre países, compreensão do universo, dos fenômenos naturais e da própria educação como meio de transformar toda a situação do Planeta.

Precisamos trabalhar a alfabetização ecológica, para poder trabalhar o meio ambiente e a sustentabilidade.

Um país que não investe nos jovens, e para quem os jovens são problema e não solução, está, ele sim, com graves problemas.

A escola de hoje é primitiva. E, com essa escola, qualquer projeto de sustentabilidade não vai caminhar. É preciso investir mais na educação, na multiplicação do conhecimento (que é diferente da informação).

A informação é passageira. Não podemos esquecer o ser humano para conseguir conquistar a sustentabilidade.

Promover a inteligência geral das pessoas, utilizar os conhecimentos existentes, identificando os erros para poder corrigi-los, formando os jovens como multiplicadores de sustentabilidade: prover o melhor para as pessoas e para o mundo, tanto agora como para o futuro.

Quem age assim cria uma onda que se propaga ao seu redor e provoca novas mudanças em outras pessoas que, por sua vez, geram ondas em torno de si em uma pirâmide do bem que se espalhará por toda a sociedade.

E tudo que é do bem tem amor. Sem amor nada tem sentido, sem amor estamos perdidos, sem amor corremos de novo o risco de estar caminhando de costas para a luz.

Amo a minha loucura que me vacina contra a estupidez, o amor que me imuniza contra a infelicidade que prolifera, infectando almas e atrofiando corações.

A vida é um cântico à beleza, uma chamada à transparência, à solidariedade e à gratidão.

O silêncio de uma folha que cai, de pássaros cantando nas árvores, não deveriam ficar sem ser ouvidos. As flores e as estrelas deveriam ter conexão com o coração. Rio correndo, água nascendo da terra, vento nas folhas. Barulho do sol esquentando, brilho do sol iluminando, lua, estrelas.

A riqueza do saber ouvir, sentir, escutar, falar. O respeito pelo saber do outro.

Educar é, antes de tudo, um ato de amor. É deixar derramar o coração. É facilitar a descoberta das múltiplas e infinitas relações, o que é, em última análise, descobrir o amor, a interdependência entre todos os seres e todas as coisas.

Ao amor não damos ordens, não podemos comandá-lo. Quanto mais colocamos amor no ato de educar, menos ele se torna uma obrigação.

O amor é quieto, não faz barulho, desperta valores como a beleza, a verdade, a harmonia, o respeito ao universo e sua organização.

Esta é uma conquista de dentro para fora, e não algo imposto. Os valores brotarão como algo interiorizado, inerente à pessoa, uma vez que serão despertados pela consciência do que somos e da nossa relação com o universo.

Dagmar Rivieri Garroux, pedadoga, é fundadora da Associação Educacional e Assistencial Casa do Zezinho (www.casadozezinho.org.br)

 

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Duas novas reservas de Cerrado na cidade http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/20/duas-novas-reservas-de-cerrado-na-cidade/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/20/duas-novas-reservas-de-cerrado-na-cidade/#respond Wed, 20 Jun 2012 03:10:13 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=411 Continue lendo →]]> Reserva de Cerrado na USP (foto Ricardo Cardim)

Reserva de Cerrado na USP

POR RICARDO CARDIM

Uma boa notícia para o meio ambiente e para a história da cidade de São Paulo: a Reitoria da Universidade de São Paulo (USP) decretou reservas ecológicas duas áreas de campos de Cerrado nativos remanescentes na Cidade Universitária.  Constituem-se em raríssimos resquícios da vegetação ancestral que nomeou a cidade nos primeiros séculos de São Paulo dos Campos de Piratininga.

Em um total de aproximadamente 20.000 m², que foram ameaçados nesses últimos dois anos por projetos de novos prédios, escavações e pelo esquecimento, sobrevivem raridades como as últimas populações na metrópole de plantas do Cerrado, como língua-de-tucano pequena, murici-do-campo e ipê-amarelo-do-cerrado.

Desde o final de 2009 lutamos pela preservação desses dois trechos, que, juntamente com o Parque Municipal Alfred Usteri, formará um reduto do bioma Cerrado na malha urbana de 33.090 m², somados.

As novas reservas são:

1. área entre o Instituto de Biociência (IB) e o Instituto de Ciências Biomédicas (ICB), próxima à caixa de água. Em fevereiro de 2011, chegou a existir demarcação e medição na área para a construção de prédios para laboratório.

2. área no entorno das obras do novo centro de convenções da USP, próximo à Faculdade de Veterinária. Constitui-se da vegetação de Cerrado que não foi destruída pela obra.

Ricardo Cardim é ambientalista e autor do blog www.arvoresdesaopaulo.wordpress.com

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Anemia falciforme, um problema nosso http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/18/anemia-falciforme-um-problema-nosso/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/18/anemia-falciforme-um-problema-nosso/#respond Mon, 18 Jun 2012 09:59:44 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=405 Continue lendo →]]> Por Berenice Kikuchi

O reconhecimento pela ONU (Organização das Nações Unidas), em 2009, estabelecendo 19 de junho como Dia Internacional da Anemia Falciforme é o resultado da participação, da mobilização e das ações encaminhadas pelas organizações sociais de amigos, familiares e pessoas com a enfermidade nos países da diáspora, no Continente Africano e na Europa.

Uma enfermidade clinicamente grave e com alto índice de mortalidade que ceifa precocemente milhares de vida de crianças menores de 5 anos, nos países da diáspora, e de forma mais perversa, no continente africano, onde, das 180 mil crianças que nascem anualmente com a doença, 50% morrem antes de completarem 1 ano de vida.

Meu processo para reverter este quadro iniciou-se em 1993, ao conhecer uma criança com a enfermidade e diagnóstico recente da doença. Mudou minha vida, como mãe, profissional de saúde e mulher negra, cuja meta foi incidir nas políticas públicas no Brasil e no mundo.
Uma trajetória que se inicia timidamente em um bairro da periferia da zona leste da cidade de São Paulo e culmina em políticas e propostas, tanto no âmbito nacional como internacional.

No entanto, é necessário mais que um dia de mobilização, e sim anos para mudar a mente e os corações dos gestores, técnicos e políticos para que, de fato, a atenção qualificada chegue às pessoas com a enfermidade, familiares, em sua maioria, negros e pobres.

 
Para consolidar essa construção social de ir do individual para o coletivo, foi importante ter concorrido e ganho a bolsa como pesquisadora da Fundação Mac Arthur, posteriormente, como fellow Ashoka e, atualmente, integrante da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais. Também foi fundamental o apoio do Sesc-SP, para que pudesse mobilizar recursos estratégicos e logísticos para manter um contínuo de iniciativas e ações nos movimentos sociais, nos legisladores, gestores e técnicos nacionais e internacionais.
 

Como primeira iniciativa, ter elaborado a primeira cartilha a tratar do assunto e sua distribuição de forma massiva, em todo o território nacional. A cartilha “Anemia Falciforme – um Problema Nosso” neste ano completa 20 anos. Incorporou uma linguagem que, apropriada pelos movimentos sociais,  tornou-se importante instrumento de informação e mobilização por políticas equânimes no SUS.

 

 
Daí ter atuado nos legisladores paulistas, resultando na primeira legislação brasileira a contemplar essa parcela da população nas políticas públicas. A Lei nº 12.352/97 para o Município de São Paulo tornou-se referência para os movimentos sociais negros e legisladores, sendo sancionada em várias cidades e Estados da federação, onde participei como debatedora.

 
Para dar respaldo legal às iniciativas junto ao poder público, constituí a Associação de Anemia Falciforme do Estado de São Paulo, a primeira organização focada em incidir nas políticas públicas de Estado. Os conhecimentos adquiridos no convívio com as pessoas com a enfermidade, sobretudo crianças e seus familiares, resultaram no primeiro livro a tratar especificamente desse tema com uma visão técnico-científica e cultural, situando a criança e o adolescente no centro do cuidar tanto no sistema de saúde como de educação: “Anemia Falciforme – Manual para Agentes de Saúde e Educação”.

 
Em 2001, com apoio da Ashoka Empreendedores Sociais e recursos próprios, apresentei-me no setor de políticas públicas da Pan América Health Organization (PAHO), em Washington-DC, escritório regional da Organização Mundial de Saúde, a proposta de que a Anemia Falciforme fosse incluída como um problema de saúde pública pela Organização Mundial de Saúde.

 
Desse contato, veio a proposta de ficar durante três meses nos Estados Unidos como consultora na formulação de uma proposta de política pública para a América Latina e o Caribe. Lá, tive oportunidade de conhecer associações, instituições de pesquisa e o sistema de assistência às pessoas com anemia falciforme e de realizar palestra no Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID), alertando para o problema nas Américas.

 

 
A partir de 2004, participei no Ministério da Saúde da equipe de assessores técnicos e, em 2005, contribui na formulação e redação do que veio a ser aprovado pelo ministro da saúde do período como portaria GM nº 1.391/2005, que institui a Política de Atenção Integral às pessoas com Doença Falciforme e outras Hemoglobinopatias no SUS.

 
As minhas ações apoiadas pela PAHO e também da Organização Pan-Americana de Saúde/sede Brasil continuaram: participação em seminários no Uruguai, Venezuela, Honduras, Palatino, EUA, e organização no Brasil do primeiro curso regional de anemia falciforme, sempre levando a necessidade de inclusão da doença como um problema de saúde pública.

 
Em 2005, ganhei o Prêmio Objetivo de Desenvolvimento do Milênio, oferecido pela Presidência da República, como autora da melhor prática para a redução da mortalidade infantil por anemia falciforme.

 
Em 2006, minhas iniciativas na PAHO somaram-se às recomendações das organizações dos países africanos e dos colonizadores europeus, com alto contingente de imigrantes africanos.

 
A esse conjunto de documentos e recomendações demandadas por mim somam-se as de pesquisadores, gestores e técnicos de órgãos internacionais no âmbito das doenças falciformes que culminaram, em 25 de janeiro de 2006, na Resolução nº 59 da Organização Mundial de Saúde sobre Drepanocitose (o mesmo que doença falciforme), uma séria de recomendações aos Estados Membros, assim como ao diretor geral da OMS.

 
Dentre elas, destaco um dia mundial de saúde focado na mobilização e conscientização a respeito da morbidade e mortalidade em nível mundial, especialmente nos países em desenvolvimento, assim como o sofrimento dos pacientes e familiares afetados pela doença, que a anemia falciforme seja reconhecida oficialmente como um problema de saúde pública.
O encaminhamento na ONU para estabelecer o Dia Internacional da Anemia Falciforme foi realizado pelas organizações africanas de combate à drepanocitose e contou com o apoio das organizações de doença falciforme brasileira, por meio da Federação Nacional de Pessoas com Doença Falciforme (Fenafal).

 
O empreendedor social é uma pessoa visionária que pensa para além do seu tempo, por isso deixa seu nome registrado na história.

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Os bancos comunitários e a superação da extrema pobreza http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/17/os-bancos-comunitarios-e-a-superacao-da-extrema-pobreza/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/17/os-bancos-comunitarios-e-a-superacao-da-extrema-pobreza/#comments Sun, 17 Jun 2012 03:01:55 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=402 Continue lendo →]]> POR JOÃO JOAQUIM DE MELO NETO SEGUNDO

O Conjunto Palmeira (32 mil habitantes), na periferia de Fortaleza (CE), fica a 7 km da agência bancária mais próxima. D. Lourdes, moradora do bairro, para receber mensalmente o benefício do Bolsa-Família, tem que pegar um coletivo para ir e voltar, gastando R$ 4 e no mínimo 1h30min de deslocamento.

Como é dia de pagamento, agência superlotada, com sorte vai ficar na fila outra 1h30. Se tomar uma água, lá se vão R$ 1,50. Esse custo visível (R$ 5,50), 6% do seu benefício, fica bem maior se somarmos a isso o custo com o tempo gasto, ao risco de assalto (no coletivo e no banco), ao custo ambiental com deslocamento, ao custo da saúde perdida com o estresse e ao fato de D. Lourdes geralmente gastar o dinheiro recebido ali mesmo perto do banco, empobrecendo o bairro onde mora.

Em 2006, a história de vida de D. Lourdes começou a mudar, quando o Banco Palmas, primeiro banco comunitário do Brasil, passou a operar, também, como correspondente bancário. A partir de então D. Lourdes pode receber o Bolsa-Família, pagar suas contas, ter acesso a crédito e a uma gama de serviços financeiros no próprio bairro, pertinho de casa, sem custos e perca de tempo. E claro, acostumou-se a fazer suas compras ali mesmo na comunidade, oxigenando as economias locais.

Por mês, o Banco Palmas atende 5.000 moradores no Conjunto Palmeiras e paga mais de R$ 600 mil de benefícios e aposentadorias.

Pra não ficar só na periferia de Fortaleza, vamos até São João do Arraial (7.000 habitantes), região das quebradeiras de coco, interior do estado do Piaui. A agência bancária mais próxima fica a 36 km, no município de Esperantina.

Era para lá que todos os moradores se dirigiam mensalmente para receber seus salários e realizar qualquer outro atendimento bancário. Em 2009, foi criado o Banco Comunitário dos Cocais e implantado um correspondente em São João do Arraial. O dinheiro começou a circular no local, e a cidade se transformou economicamente de forma admirável.

Mas, se existe a lei que possibilita a implantação de correspondentes bancários, por que no Brasil ainda temos 49% da população excluída do sistema financeiro e bancário (Ipea, 11/1/2011)? Por que não existe um correspondente em cada recanto do país?

Por dois motivos fundamentais: a grande burocracia e a baixa remuneração paga pelos bancos aos correspondentes.

Nessa reflexão, é importante também separarmos aqueles correspondentes criados apenas para aliviar a superlotação das agências bancárias daqueles que estão implantados nos bolsões de pobreza, a exemplo dos bancos comunitários. Estes devem ser pagos (e tratados) de forma diferenciada, com uma legislação adaptada e desburocratizada, pela grande utilidade social de seu trabalho.

A presidenta Dilma Rousseff estabeleceu a superação da extrema pobreza como prioridade máxima de seu governo. Nos grotões urbanos e rurais do Brasil, os serviços financeiros e bancários são instrumentos imprescindíveis para o alcance dessa meta.

Estamos fazendo nossa parte! Podemos criar milhares de bancos comunitários disseminando correspondentes por todo Brasil. É uma decisão política.

João Joaquim de Melo Neto Segundo é coordenador do Banco Palmas e do Instituto Palmas

 

www.bancopalmas.org.br

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Promover ao invés de prover http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/04/promover-ao-inves-de-prover-2/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/06/04/promover-ao-inves-de-prover-2/#comments Tue, 05 Jun 2012 02:29:12 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=395 Continue lendo →]]>

POR JOSÉ DIAS

A seca, fenômeno natural que, historicamente, tem castigado os nordestinos, apresenta conseqüências que, se não analisadas de forma correlacionadas com outros fatores, pode levar a uma compreensão da impossibilidade de se construir sustentabilidade na região semiárida brasileira.

Percebe-se que a gravidade de suas conseqüências, a cada nova seca, revela a necessidade de uma abordagem integradora das políticas públicas destinadas ao desenvolvimento da região. Entretanto, historicamente, ao contrário, percebe-se que a região foi abordada por políticas setoriais sem integração.

Geralmente, não há integração das ações das secretarias de governo, desde os municípios, estendendo-se pelos governos estaduais e respingando, também, nos ministérios do governo federal. Há casos em que, inclusive, há competição de uma secretaria em relação a outra. Em alguns casos, há interesse de projeção política de quem está nessas secretarias para ocupar futuros espaços políticos. Por  isso, ao invés de integração, há competição.

A realidade revela a necessidade de um novo caminho. É necessário e urgente que haja um esforço concentrado para que as políticas possam assumir outra abordagem metodológica, de modo a atender as várias necessidades, não só da população humana, mas de todos os aspectos relacionados aos habitantes, incluindo, os demais seres que compõem a biodiversidade da região.

Nesse contexto, a educação contextualizada é aspecto fundamental e requer urgência de ser absorvida pelo currículo da educação formal, como meio pedagógico que permite maior contribuição para o desenvolvimento local.

Há muitos fatores de ordem cultural que precisam ser abordados pela educação, mas a partir de outro paradigma pedagógico, que possibilite as crianças, adolescentes, jovens e até mesmo os adultos estudar na perspectiva de ampliar seus conhecimentos, a partir da realidade onde estão vivendo.

Isso, sem dúvida, poderá influenciar um novo processo de rever comportamentos e valores, construir novas referências de relacionamento entre as pessoas e para como o meio ambiente onde estão inseridos, gerando elementos de sustentabilidade, a partir das potencialidades existentes no horizonte da convivência com o clima semiárido.

Há muitas situações em que os políticos se referem às pessoas como se fossem culpadas pelo estado de pobreza em que vivem: porque têm muitos filhos, porque não se planejam, enfim porque não adotam procedimentos de pessoas que tiveram acesso a novas formas de conhecimento e por isso estão adotando novos procedimentos de vida.

É necessário, portanto, mergulhar nessa realidade para poder conhecer as razões dessas pessoas viverem assim e, a partir desse conhecimento, desenvolver políticas que as tratem com uma abordagem integradora, para promovê-las como cidadãos e cidadãs, capazes de contribuírem, de forma efetiva, com o desenvolvimento local.

O Estado necessita assumir, metodologicamente, outro caminho: promover ao invés de prover. Promover as pessoas para serem cidadãos e cidadãs de modo a assumirem a missão, com eficácia, de mudar a realidade onde vivem, a partir dos limites e das potencialidades inerentes à região, gerando um novo paradigma: convivência com a realidade semiárida. Esse é um dos caminhos para a sustentabilidade da região.

José Dias Campos, economista, é fundador do Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Social)

www.cepfs.org

 

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A força de uma rede http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/05/28/a-forca-de-uma-rede/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/05/28/a-forca-de-uma-rede/#comments Mon, 28 May 2012 03:01:26 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=373 Continue lendo →]]> POR ROBERTO KIKAWA

Quero falar aqui do papel de cada um dos líderes participantes de redes de empreendedores sociais. Seja da Rede Folha de Empreendedores Socioambientais, seja das tantas outras existentes, como a da Fundação Schwab e a da Ashoka. Acho importante falar da força de uma rede.

No voo de volta do Fórum Econômico do México, estava com uma grande dúvida: o Projeto Cies (Centro de Integração de Educação e Saúde) ainda é novo, tem quase quatro anos de existência, e a gente vem crescendo também três a quatro vezes.

Está na hora de aceitar investimentos financeiros de
outras instituições? Aqui entro no tema de meu artigo. Com nosso
desenvolvimento, recebemos algumas propostas de investidores sociais, muitas vezes na forma de investimento de impacto social como, por exemplo, “equity capital”, onde a pessoa entra na empresa como investidor e participa do board do Conselho.

Diferentemente de um patrocinador ou apoiador, esse novo
integrante participa praticamente igual a um sócio e, muitas vezes, isso começa a ter que mudar a composição deste mesmo Conselho.

Tal mudança no corpo de conselheiros gera certo perigo nas decisões. Muitos dos investimentos de “equity” são em torno de 20%. E, de acordo com o crescimento, a maioria quer fazer com que a empresa um dia chegue a ter capital aberto, chamado EPO, ou seja, vender as ações dentro das empresas e mercado de ações. Quando começa a acontecer isso, claro, cresce o projeto.
Porém, devemos ficar muito alertas com nossa missão. Porque em todo crescimento temos que ter em o foco de nossa missão para não nos perdermos depois.

Voltando à minha poltrona do avião, onde divagava sobre o encontro no México, lembrei do primeiro jantar do fórum, organizado pela Schwab. Lá conhecemos Vikram Akula, fundador do SKS Microfinance, o maior banco de microcrédito da Índia. Ele montou toda uma organização sem fins lucrativos de microfinanças ajudando mulheres da região. Chegou a ter 7 milhões de clientes. Entre eles, começou a existir inadimplência de algumas mulheres.
Então, já com o investimento financeiro que mudou o Conselho, os agentes da SKS foram orientados a cobrar estas mulheres de forma rígida. Para pagar a dívida, algumas prostituíram as filhas, outras, a si próprias. Isso foi acontecendo até chegar ao ponto de uma das mulheres ter cometido suicídio.

Vikram tomou conhecimento do fato e foi conversar com parte do “board” para rever a cobrança. Em nossa conversa no México, ele confidenciou: “Disseram, olha, não é bem assim, você que está saindo do foco”. Chegaram inclusive a convidá-lo a sair do projeto. Ou seja, o empreendedor, que foi o idealizador, criador da SKS, acabou saindo do projeto.

Esse depoimento corajoso me levou a voltar para o Brasil pensando no Cies e no que estava por vir uma vez que já recebemos diversos convites de investimentos.

Quando falamos de rede, considero muito importante começarmos a discutir –como grupo— estes tipos de investimentos sociais. Se são perigosos ou não, qual o tipo de investimento pode ser seguro para nossa missão? Devemos criar marcos que possamos averiguar até que ponto vale à pena tais mudanças administrativas. Quais devem ser as características do investidor social para podermos aceitar um investimento? Que medidas devemos tomar para proteger o andamento da organização em sua missão.

Precisamos criar marcos e espectros legais que nós, como rede, poderemos então fazer práticas de boa gestão, de atendimento e, até mesmo, para identificar qual o investidor social que queremos eleger para compor nossa organização.
Esses pensamentos se juntam como quebra-cabeças para mim, pois, logo que retornei do fórum, fui visitar um projeto altamente social, com 25 anos de vida: o projeto do dr. Eugênio Scannavino e do Caetano Scannavino, o Saúde e Alegria.
É um projeto em que o seu mentor, Eugênio, um grande médico -quero relatar aqui que sou muito fã dele– coloca a importância de manter o foco e de transformar ações sociais em políticas públicas.

Muitas vezes eu vejo que tais transformações têm uma tendência à atingir o governo para que ele possa distribuir essas políticas para toda a população. Talvez seja o caminho.

Então, será que esse é o único caminho? Ou devemos ter outros tipos de ações, como, por exemplo, o que estamos conversando, sobre negócio social, sobre empresas sociais? Então, qual seria o melhor marco? Essas são questões que quero compartilhar com vocês.

Visitei e recomendo a todos conhecerem o Saúde e Alegria, assim como o Ipê -de Suzana e Claudio Padua. Ambos projetos com muita experiência e creio que devam ser visitados por empreendedores e, quem sabe, começamos a discutir uma boa prática para saber quais são os limites e quais são as características de investidores sociais que queremos, como nos aproximarmos deles, como ter critérios e estarmos unidos para que possamos não transformar uma empresa social em uma empresa lucrativa, como o próprio Vikram colocou.
Esta é minha contribuição. Acredito que devemos ter uma rodada de discussões para criarmos manuais sobre investimentos em nossos projetos.

Roberto Kikawa, médico, é idealizador do Projeto Cies www.projetocies.org.br

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África Raízes http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/05/25/africa-raizes/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/05/25/africa-raizes/#respond Fri, 25 May 2012 18:21:18 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=380 Continue lendo →]]> POR BERENICE KIKUCHI

Dia da África ,  25 de maio. Estima-se que  85% dos brasileiros, independente da sua tonalidade de pele, sejam de ancestralidade africana. Segue minha homenegem a todos os afrodescendentes disperços no mundo pelas nossas grandes lutas e poucas conquistas para sermos incluídos de fato no processo de desenvolvimento do país.

Onde há racismo não existe democracia nem  paz!

África,

semeou  amor no meu corpo,

floresceu cheio de vida,

frutificou  vida nas várias  vidas,

que se apresentaram em mim.

África ,

sombrosa árvore enraizada em terras de desterro,

percorre em mim,

tua seiva.

África,

em tua sombra,

amei os meus amores,

na margem dos rios,

abriguei  fantasias

da terra fértil.

África,

sonoridade das matas,

sol tropical,

vincado de norte a sul do meu corpo.

África,

eu tenho no sangue raízes

da minha ancestralidade.

África.

Berenice Assumpção Kikuchi, enfermeira, é fundadora da Aafesp (Associação da Anemia Falciforme no Estado de São Paulo)

www.aafesp.org.br

 

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Animais são os mais afetados pela seca http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/05/25/animais-sao-os-mais-afetados-pela-seca/ http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/2012/05/25/animais-sao-os-mais-afetados-pela-seca/#respond Fri, 25 May 2012 17:25:00 +0000 http://empreendedorsocial.blogfolha.uol.com.br/?p=375 Continue lendo →]]> POR JOSÉ DIAS

Gado morto em função de estiagem

Gado morto em função de estiagem

(continuação do post  de 23/5)

De acordo com informações das famílias de agricultoras e agricultores do médio sertão da Paraíba, no momento, são os animais os mais afetados com as conseqüências da seca.

Vejamos alguns dados:

Dados em relação à água e ao alimentos para os animais:

Situação A – Família sem reservatório especifico para os animais (57%) não dispõe de água destinada à criação e dependem de amigos ou familiares -ou optam por criar seus animais em outras propriedades. Será essa uma boa opção produtiva para essas famílias? Será que o número de animais, criados por cada família, está compatível com a demanda de água ofertada por amigos ou familiares? Será que essa ação não limita a capacidade das famílias que estão ofertando essa água?

Situação B – Famílias com reservatório (43%) que se destinam também para criação animal afirmam que a quantidade de água disponível não atende à necessidade (demanda) para o restante do ano. Afirmam ainda, que caso se confirme a estiagem, também, no mês de maio, terão que se desfazer (vender) parte ou todo o seu rebanho. É importante ressaltar que esses reservatórios não se destinam apenas para criação animal e sim para todos os gastos gerais da casa. Questão: estão essas famílias dimensionando a capacidade hídrica com a quantidade de animais que estão criando, considerando que os reservatórios são para os gastos gerais da casa?

Com relação à estocagem de alimentos para os animais:

Quatro famílias (57%) afirmaram que não possuem mais pasto na propriedade para alimentação animal e que já estão comprando ração para os animais.

Para três famílias (43%), nas propriedades ainda existe um pouco de pasto, porém não o suficiente para atravessar o restante do ano. Essas famílias também já estão comprando ração como forma de garantir a pastagem para um período ainda maior.

Seis famílias (86%) ainda não venderam animais por conta da seca, porém todas afirmam que, a continuar a situação como está, terão que se desfazer, no todo ou em parte, do seu rebanho.

Uma família (14%) já vendeu parte de seus animais por falta de pasto.

Questão: a quantidade de animais que as famílias estão criando é, também, compatível com o tamanho das propriedades? A escolha do tipo de animais que criam está correta, considerando a realidade climática?

Em relação à alimentação humana:

Cinco famílias (71%) afirmam que ainda possuem um estoque (mínimo) principalmente de milho e feijão, contudo, dará no máximo até o mês de julho para quatro dessas famílias.

Apenas uma família (pequena, com duas pessoas) afirma que possui estoque de cereais suficiente para atender a sua necessidade no restante do ano.

Duas famílias (19%) já estão comprando cereais para suprir a necessidade alimentar.

Questão: Nos momentos favoráveis, em termos produtivos, as famílias estão estocando o suficiente para suprir, ao menos em parte, os momentos de risco (seca)? Estão produzindo realmente o que é possível produzir, nas propriedades ou estão se tornando dependentes do mercado?

Principais dificuldades trazidas pela seca, no relato das famílias: falta de água; diminuição ração animal; elevação custo dos alimentos, com perspectiva de fome; ociosidade (diminuição trabalho).

Diferença da seca de 2012 em relação às secas anteriores, no relato das famílias: Hoje as famílias possuem um poder aquisitivo melhor; nesta seca, muitas famílias nem sequer chegaram a plantar; a escassez de água é bem maior; as famílias sentem mais porque aumentaram suas estruturas (ex: criam mais); hoje a população é maior em relação às secas anteriores; no passado as secas eram mais freqüentes, isso fazia com que as famílias se prevenissem melhor; nesta seca, as famílias têm estruturas de captação e armazenamento de água (cisternas, tanques em pedra, barragens subterrâneas, etc.). No caso das cisternas, mesmo não tendo chovido, algumas ainda tem água e, as que não têm, pelo menos dispõem de um reservatório para armazenar água vinda de outras localidades.

Propostas das famílias para melhorar a situação: frentes de trabalho (alimento por trabalho) para estrutura obras comunitárias; reestruturação de antigas fontes de água (exemplo: cacimbas); investir no processo formativo sobre uso racional da água, para o consumo humano e para produção, como forma de se preparar para futuras secas futuras; limpar mananciais (desassorear); estruturar a comunidade para o ano seguinte ter mais condição de enfrentar os desafios (realizar mutirões).

Que obras poderão fortalecer os/as agricultores/as para melhor conviver com a seca, no relato das famílias: construção de cisternas (mesmo para famílias que já possuem), como forma de ampliar sua capacidade hídrica; construção de cisternas para produção (com capacidade de armazenar 52 mil litros de água); construção de poços artesianos e amazonas; construção de açudes, onde as bacias ou sub-bacias ainda suportam; construção de barragens subterrâneas; construção de barragem para armazenamento de um maior volume de água que possa alimentar as estruturas das propriedades da agricultura familiar, quando de uma grande seca.

José Dias Campos, economista, é fundador do Cepfs (Centro de Educação Popular e Formação Social)

www.cepfs.org

 

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