Código Florestal: o bode foi colocado no nosso ambiente e ficou!
03/05/12 22:41POR SUZANA PADUA
Com as 21 modificações propostas para o Código Florestal, que já havia vindo do Senado com questões mal formuladas, o deputado Paulo Piau colocou um bode na casa. O que quero dizer com isso?
Quando pensamos que algo não pode ficar pior, é só colocar um bode no ambiente onde se está que, quando ele sai, a situação anterior não parece mais ser tão ruim, traz alívio e parece até suportável.
Bem, a impressão que tive é que essa era a intenção de Piau –piorar um documento vindo do Senado, que já prometia desmatamentos legalizados, pouca proteção de encostas,e menos matas às margens de rios e menor exigência para se recuperar as áreas de Reservas Legais antes obrigatórias, de modo que, se nada fosse aceito, o que havia sido proposto pareceria razoável.
Todavia, para o susto da maioria que acompanhou o processo de perto, quase tudo que Piau propôs foi aceito. O bode ficou. E promete perdas irreparáveis para o país!
Quais os riscos reais? Não há mais garantia de proteção de manguezais (considerados berços da vida aquática), das várzeas e de outras áreas sujeitas a desastres ambientais, como encostas e topos de morros, o que poderá aumentar a incidência de deslizamentos de terras, enchentes e assoreamento de rios.
As margens de cursos d’água agora terão faixas de matas estreitadas: 15 m e não mais 30 m em rios com mais de 10 m de largura (para rios mais largos não há definição precisa). E deixou de ser obrigatória a proteção de florestas de 50 m em nascentes, como previa o Código de 1965.
Sendo assim, os desastres ambientais prometem ser mais graves do que os que já vêm ocorrendo, pois são as matas que seguram as encostas e não as deixam deslizar.
Resta saber se os deputados que votaram a favor dessas medidas serão penalizados à altura quando pessoas ficarem soterradas porque topos e encostas de morros desmatadas desabarem sobre casas e cidades.
Quem será punido quando áreas antes florestadas se tornarem degradadas ou quando eventualmente faltar água nos lares dos brasileiros?
Muitos podem não perceber a correspondência que há entre a existência de florestas e água, mas a dependência é direta. As matas protegem as nascentes e margens de rios, o que de uma maneira geral determina a qualidade e a abundancia da água disponível na natureza.
Em termos morais, as perdas são grandes. No documento aprovado pelo Congresso, ficou de fora um dispositivo que havia sido aprovado no Senado: “benefícios previstos não poderão ser concedidos a imóveis onde tenha ocorrido supressão ilegal de vegetação nativa após julho de 2008”.
Isso quer dizer que os créditos que haviam sido suspensos caso houvesse desmatamento podem ser oferecidos, não importa o que o proprietário da terra tenha feito.
Além disso, agora há um “perdão” ao desmatador e nenhum ressarcimento a quem cumpriu a lei anterior que protegia as Áreas de Preservação Permanente (APPs) e as Reservas Legais.
O que é pior é que as pesquisas indicam que mais de 80% dos brasileiros querem a proteção das florestas, o que mostra que os votos dos deputados não representaram a opinião pública.
Internacionalmente, o Brasil fica mal na parada. Enquanto o mundo replanta florestas e protege seus mananciais e sua biodiversidade, e pensa em como garantir um futuro sustentável para esta e as próximas gerações, o Brasil pensa velho e anda para trás.
Nem a Rio+20 parece afetar a decisão dos que votaram a favor das mudanças do Código Florestal.
Uma pena! Resta agora torcer para a presidente Dilma Roussef vetar e assim retirar definitivamente o bode de nossas vidas –não só o que o Piau introduziu, mas o que já estava sendo proposto.
Depende da presidente salvar o verde que sempre representou as matas do Brasil em nossa bandeira e no imaginário de um futuro sadio e sustentável.
Obs.: nada tenho contra os bodes. Muito ao contrario, qualquer ser vivo é digno de respeito. Usei a metáfora para ilustrar um ponto de vista.
Para mais detalhes, consulte: http://reentrancias-ma.blogspot.com.br/2012/05/redacao-final-do-codigo-florestal.html
Concordo plenamente com seu ponto de vista. Sou professora e me envergonho que rumo a Rio+20, o país esteja questionando se é importante ou não preservamos nossas florestas e a cobertura verde dos manancias de água. Promovo a Educação Ambiental em minha escola, mas sem o exemplo e respaldo daqueles que nos governam, fica difícil explicar para os jovens a importância do preservar, conservar e acima de tudo, respeitar o ambiente em que vivemos.
Obrigada pelos seus comentários. O Brasil é um país maravilhoso, que merece nosso empenho para mantê-lo.
É muito fácil expor opinões a respeito, favoráveis ou contrárias, não importa, mas o que vejo são muitas pessoas se posicionando que as florestas,etc, etc.. devem ser preservadas. Cabe então uma pergunta: Por que não compram uma area de terra coberta por floresta e fazem então sua boa ação social? Por que somente os outros precisam preservar? Ambientalistas na sua maioria vivem em cidades…..e querem dizer como deve ser no interior. Já notaram que a reciproca não é verdadeira?
Olá Odair, Tenho quase 30 anos me empenhando por proteger a natureza brasileira e vivi sim em áreas naturais, criando inclusive(com nossa equipe) alternativas de renda para comunidades locais. Só no Pontal do Paranapanema, já chegamos a trabalhar com mais de 400 famílias de assentados. Portanto, não somos de falar e não fazer, mas de dar exemplo e mostrar que a sustentabilidade é um princípio que pode trazer benefícios para a natureza e para as pessoas.
Que Dilma tenha piedade de nós (brasileiros, sejam pessoas sejam elementos da natureza) e que vete TUDO!!!! Veta Dilma!!!!
Olá Marcos, Concordo! Temos esquecido que somos natureza, e que o que fazemos com ela nos afeta diretamente. Precisamos buscar com nossa capacidade de criar caminhos que tragam benefícios para todos os seres vivos.
otimo texto, mas eu nao tenho esperancas em relacao a Dilma vetar, esse absurdo vai passar assim como passou a belo monte, e o brasileiro nao esta nem ai, prova disso e que a coluna que traz um texto sobre a briga de duas apresentadoras tem mais comentarios que este artigo lamentavel.
Olá Kátia, Infelizmente, a escolha da mídia tem sido chamar a atenção para o que é sensacionalista e não o que de fato faz diferença para a vida. Grata pelos seus comentários e vamos torcer que a Dilma Vete mesmo!!!!
Aparentemente a subscritora do artigo é mais uma das ambientalistas radicais para quem o único convívio possível entre eles e a agropecuária é o confronto. O artigo apenas mostra o lado ambiental, possivelmente porque de agropecuária a autora nada entenda, embora seja esse setor que sustenta a economia brasileira e, afinal, sem produção agropecuária não se vive.
Olá Luiz,
Talvez me considere radical mesmo, pois sou vegetatiana por princípio – não concordo com a criação de animais para o abate, mas respeito quem coma carne e quem crie para o mercado. Mas, a economia não depende das mudanças do Código Florestal. Mais de 60% dos proprietários de terra obedeciam as leis e a meu ver o interesse em mudar o que estava estabelecido é apenas de alguns setores que visam lucros rápidos a custa de perdas para muitos. Mas, agradeço seus comentários e os respeito sinceramente.
tem pouca gente falando muito, o Brasil precisa crescer, precisa produzir, claro de maneira ordenada, concordo em proteger manancias, topos de morros, etc. agora a demagogia destas ONGs, está demais, porque eles não fazem alguma coisa prá limpar e proteger os rios q desaguam no Mar, nunca ví um membro de ONG dentro de um rio daqueles lá de Recife ou Maceió, ou Tiête, tentando limpar ou pedindo ajuda.
Olá Pedro,
Não posso falar por outras ONGs, mas apenas pela que ajudei a fundar, e que faz 20 anos este ano: o IPÊ – Instituto de Pesquisas Ecológicas. Temos trabalhado incessantemente no interior do Brasil em diversos locais de forma contínua e lidando com questões, ambientais, sociais e econômicas. Não somos de falar e não fazer. Muito ao contrário, temos dado exemplo de trabalhos que têm sido reconhecidos no Brasil e no exterior. Mas, sei que seria necessário muito mais para lidar com os desafios que estão presentes em todo o Brasil. Na verdade, meu artigo tenta prevenir contra mais problemas que podem ocorrer no futuro caso o Código seja aprovado.
Peço o veto total da Presidenta Dilma à esta aberração jurídica que é o novo código florestal aprovado no Congresso. Lamentável a atuação dos deputados e senadores na aprovação desta barbárie contra o ambiente. Novamente estes políticos dando mau exemplo para sociedade.
Olá Carlos, Vamos torcer que o VETA DILMA tome as devidas proporções e que nossa Presidente ouça a opinião pública, que inclui a sua e a minha!
Parabéns Suzana pelo comentário, estamos vivendo grandes mudanças climáticas e preservar as florestas, matas ciliares e nascentes é fundamental.
Não podemos deixar que meia duzia de Parlamentares decidam o futuros de milhões de Brasileiros.
Olá Romualdo, Vamos torcer
Olá Romualdo, Vamos torcer que o bom senso impere e que a natureza seja protegida – assim teremos mais chances de mantermos a qualidade de vida que merecemos! Obrigada pelos seus comentários!
A jornalista afirma que os topos de morros vão cair sobre casas e cidades. Ora, ela está falando de ambiente natural ou urbano?
Diz também que o “mundo” está replantando florestas. Uma afirmação vaga. Deveria citar especificamente onde isto está ocorrendo. Por último, agricultores são trabalhadores , não criminosos.
Olá Ivo,
Peço desculpas se pareci contra agricultores. De maneira alguma isso é verdade – os respeito muitíssimo, pois conheço o trabalho intenso que fazem e, no final, todos dependemos dos alimentos que produzem! Minha questão é a forma como os desmatamentos serão permitidos com o novo Código, como os que seguiram as leis não serão compensados e os que a infringiram perdoados (muitos que defendem as mudanças anseiam serem perdoados), e como as perdas naturais vão afetar nossa qualidade de vida (que incui a disponibilidade de água na natureza). Mas, agradeço por ter escrito suas idéias e espero ter esclarecido um pouco as minhas.
D. Suzana, a Sra. é uma despreparada. Fala do que não conhece. Onde que o mundo está preservando? A sra. sabia que na Europa não tem reserva legal, que se planta batata até na beira das águas dos rios? Não sabia né! Sabia que nos EUA não há nenhum tipo de áreas de preservação nem de proteção de rios? Cite onde o mundo tem adotado os absurdos de preservação que se adota no Brasil. Se não se pode expolorar as encostas vai se plantar café no Estado do Espirito Santo onde? Diz pra mim. Quer agressão maior que se faz nas cidades, com os pisos de asfalto, as iluminações públicas; as vedações de concretos; Venha pro campo e vai descobrir que abobrinha não nasce nas gôndolas de mercados. Bem, algumas nascem em muitos textos publicados por esse mundão egoista agora. Tenho dito.
Olá Jorge, Com certeza nossos pontos de vista divergem, mas vivemos numa democracia que prezo muito! Os países desenvolvidos já tiveram um passado de muita devastação, mas os resultados foram bastante assustadores e tomaram medidas que hoje mostram diferenças. O Brasil ainda está numa posição de poder evitar incorrer nos mesmos erros, mesmo porque temos ainda um patrimônio natural que vale a pena – coisa que muitos dos países desenvolvidos já não os têm. Penso em caminhos que possam contemplar o que é bom para todos, e que possam ser lucrativos dentro de princípios da sustentabilidade. Acho que temos a capacidade de criar e pensar melhor do que o que está sendo proposto no novo Código Florestal!
o codigo está caduco de tanto tempo pata aprovar e tanto sectarisno ,ideologia sistemica Não tem começ ne fim nem finalidade prática de objetivos Marina quer com a cara dela com estigma de Cassandra.
ruralistas
Olá Horácio, Não sei o que quis dizer sb Casandra, mas espero que Marina Silva não preconize, como a deusa grega, o que iria acontecer. Espero, como creio Marina também, que o Código Florestal seja mesmo vetado, e que o bom senso impere, porque muita devastação pode acontecer, afetando a todos nós… Espero sinceramente que não!
Mais uma opinião de quem mora na cidade. Onde desapareceram as nascentes, os córregos e rios tornaram-se esgoto, não existem áreas verdes, favelas nas várzeas sendo inundadas nas chuvas ou em morros,soterrando miseráveis. Mas isto importa para ongs internacionais. Não dá ibope, nem Nobel.
Olá Anselmo,
Hoje divido meu tempo entre cidade e meio rural, mas já vivi diretamente em áreas naturais. O que acontece em um local afeta o outro. Por exemplo, caso as nascentes não sejam protegidas as cidades vão seofrer por falta d’água… A miséria humana está ligada com o empobrecimento da natureza e o descuido dos recursos naturais. Não tem nada a ver com ONGs internacionais, pois me orgulho em dizer que sou co-fundadora de uma organização sem fins lucrativos brasileira, que trabalha com questões que afetam a natureza, as pessoas e a economia. Mas, obrigada por comentar meu artigo e espero que minhas respostas tenham elucidado alguns pontos que levantou.
gostaria de saber se a sr suzana padua ja plantou alguma vez alguma coisa ? ou simplesmente minhoca na cabeça dos outros
Olá Humberto, Não só plantei como trabalho em uma organização que vem plantando milhares de árvores nativas para recuperar áreas degradadas deixadas pelo processo histórico de devastação ambiental. Acabamos de formar o maior corredor de mata Atlântica do Brasil no Pontal do Paranapanema… Qt as minhocas, plantar onde estas estão presentes ajuda na arefação do solo e a levar humidade para as raízes das árvores. De qualquer jeito, grata pelas suas idéias.
SRA SUZANA SOU AGRONOMO E PRODUTOR RURAL RESPONDA POR FAVOR PORQUE SÓ NOS TEMOS QUE PAGAR PELO MEIO AMBIENTE(20%-RESERVA ABSURDAMENTE LEGAL) E VOCES JORNALISTAS ETC.. NAO PAGAM NADA?
Olá Eduardo,
Meu sonho é poder implementar programas que recompensem quem mantem as matas de forma que essas se tornem atraentes. O Brasil tem a cultura da “limpar” áraes naturais, o que significa retirar toda a cobertura natural. Todos perdem com isso. Mas, também não acho justo pedir a quem mantém a mata que o faça de graça. Acho que Pagamentos por Serviços Ambientais, como está sendo chamado este tipo de ressarcimento deveria constar de um novo Código Florestal… Grata pelos seus comentários.
O que tem que ter é o código, hoje é uma bagunça, quer colocar 20% reserva, coloque, quer colocar 50% coloque, quer colocar 80% coloque, mas tem que ser bem definido, igual para todos. Tirar o poder dos ambientalistas que gostam de uma bagunça, eu tenho terra (mais de 70% preservado no cerrado em MG) e nem sei se estou fora de alguma das milhares de leis, decretos, norma etc que se criam a cada dia!
Pra mim, se expulsaria a todos que moram na amazônia a ponta pés e preservava tudo. Quanto ao restante do pais, o Brasil pagará caro por desconhecer o meio rural e colocar no mesmo bolo uma dúzia de maus produtores como se fossem todos e tentar de todas as formas punir a todos, e esquecem que a proteção da natureza e responsabilidade de todos!!
Quanto a recompensar quem proteje, a melhor maneira seria legislação clara e igual para todos(TODOS CUMPRIREM). Sem abertura para ambientalista ou maus agricultores.
Olá Danialk, Creio não sou tão radical, pois penso que se quiséssemos mesmo conseguiríamos equilibrar sustentabilidade com produção e conservação de florestas e outros ecossistemas naturais. Mas, novos modelos de desenvolvimento precisam ser estimulados e isso exige pesquisa, ousadia de mudar preceitos estabelecidos e uma boa dose de amor pela natureza… Fiquei feliz que preserva o que tem em suas terras. Tantos seres devem te agradecer por isso! Belo exemplo!
Aquecimento global sempre foi uma farsa, sabem por que? Porque o propio criador do aquecimento global, disse que exagerou nas suas pesquisas cientificas, e que nâo esta acontecendo aquecimento global, tudo esta acontecendo ao contrario, o planeta esta esfriando
O tempo dirá, mas infelizmente creio que está enganado. Se alguns cientistas exageraram em certos dados, outros confirmam que a situação do planeta é grave. Acredite no que quiser, mas não acho que a situação planetária está para brincadeiras, pois os impactos nunca foram no teor que são agora e com tanta gente precisando e retirando mais e mais recursos natuirais de onde ainda existem. O Brasil ainda tem muito, mas esperaria ver nossa população se envolver, se orgulhar e cuidar mais de nossas riquezas naturais, das quais somos apenas uma parte.
Suzana,voce está enganada,o antigo codigo,em vigor,é retrógrado e prejudica a agricultura,assim como o código penal tem mais de 40 anos,a lei atual só pune os pequenos produtores,não evitou o desmatamento o bode antigo,em vigor,fede muito mais do que o aprovado agora.
Olá Ricardo, Não sentimos ainda a consequência do bode novo. Mas, se o antigo precisava de ajustes, a forma de os propor não deveria ser a que foi adotada. Seria necessário consultar com calma setores como a academis, comunidades tradicionais, organizações da sociedade civil que lidam com a realidade rural continuamente e governos locais. O processo que presenciamos foi de atropelo, para mudar rapidamente de forma a favorecer uma minoria que me parece visar lucros rápidos em detrimento do que é melhor para o país.
Vocês ambientalistas tem a estranha mania de separar o meio ambiente do homem que nele vive. Nós, e principalmente nós produtores rurais. O Novo Código Florestal nos traz uma luz exatamente porque nos vê trabalhando na terra, nos ve ocupando espaços para produção de alimentos e vários outros produtos nacionais. E, mesmo vendo isso, o Novo Código é extremamente preservacionista, porque além de regular e manter a cobertura vegetal que hoje temos no Brasil, ele tem ferramentas que estimulam a recuperação de áreas degradadas. O Velho Código Florestal, ao bem da verdade é inexistente, pois ele possui regras e conceitos descolados da realidade nacional. Querem preservar? Vamos lá, venham junto com a gente, vocês da cidade, que poluem os rios que usávamos até para tomar água. Passem uma semana em nossas propriedades e na prática verão conceitos de preservação aliados a produção rural. Verão nossas nascentes preservadas, nossas florestas com pássaros a animais silvetres, e nossos campos cobertos de milho, arroz, soja, cana, pasto e hortaliças. Presevem sim, mas para isso não destruam nossa agronegócio, que saibam vocês, é o carro chefe deste país. Voltem ao velho código florestal, façam ele ser cumprido a risca, e verão 90% das pessoas que hoje estão no campo abandonando o meio rural e partindo em debandada para as cidades, inchando as favelas e as ocupações urbanas desordenadas, deixando no meio rural lindas florestas rodeadas de áreas abandonadas! SANCIONA DILMA! Queremos legalidade e queremos trabalhar!
Olá Luis Otávio, Sempre achei que nós ambientalistas conseguíamos nos ver como parte de uma teia de vida que merece ser cuidada e bem protegida. A maioria dos agricultores sempre acataram as determinações do Código Florestal (mais de 60% obedecia as leis) e me parece que quem não obedecia é que quer revogar as leis anteriores. Mas, pelo que explica, sua propriedade respeita topos de morros, encostas, nascentes e beiras de rios. Portanto, nada tem a temer e provavelmente será um privilegiado que terá controle de pragas, água abundante para sua lavoura e solo fértil. Quanto às cidades, concordo que causam imensas perdas ambientais e poluições diversas. Quem sabe as leis urbanas deveriam ser igualmente rigorosas? Isso porque é a vida de muita gente que está em jogo (mais de 70% da população brasileira vive em cidades). Mas, vamos torcer que o bom senso impere!
A cada momento indago? O Voto só serve para credenciar político sem compromisso com o eleitor. Segundo a matéria em comento, sao 80% dos brasileiros que querem a proteção das florestas, vem o Congresso Nacional desrespeitando a vontade popular. Qual o político que merece credito neste Brasil atual? Outubro deste ano tem eleição, votar é obrigatório, mas por enquanto, A ESCOLHA NÃO É.
Olá Antônio, Sim, as escolhas que fazemos trazem consequências e foram aqueles que elegemos que têm desrespeitado a voz do eleitor. Cabe a nós agora mostrar nossa insatisfação e trabalhar com afinco pelo VETA DILMA. Não é por birra, mas por princípios e ideais que estão sendo ultrajados. Grata pelas suas palavras de apoio.
Como Especialista em Gestão Ambiental de Florestas, quero fazer um pedido à Suzana Pádua, autora deste artigo, estendendo a todos os leitores deste espaço importantíssimo para os brasileiros.
Todos os comentários relativos à aprovação do NOVO CÓDIGO FLORESTAL devem estar embasados na VERDADE e na LEGISLAÇÃO VIGENTE EM CADA ESTADO BRASILEIRO.
Com relação à verdade, cito o trecho onde fala que “ENQUANTO O MUNDO REPLANTA FLORESTAS (…) O BRASIL ANDA PARA TRÁS”… Isto é mentira. Nenhum país do mundo tem as leis ambientais que o Brasil já tinha antes mesmo da aprovação do Novo Código. Nenhum país do mundo protege os seus mananciais como o Brasil protege. Tem suas falhas, tem, pela falta de fiscalização dos órgãos competentes. Tem exceções no mundo? Tem, como são os casos dos trabalhos de proteção dos mananciais que abastecem Nova Iorque. Mas por acaso alguém já viu APP´s na França? na Inglaterra? Nos grandes rios dos EUA??? na Alemanha??? na China??? na India???
Com relação ao termo PUNIÇÃO. Esclareço que o termo deve ser usado para quem fez algo errado. E isto está previsto.
Como PUNIR alguém que foi INCENTIVADO até a década de 70 (1970) a desmatar a Amazônia, drenar brejos e plantar em topos de morros???? Procurem a verdade, tem um monte de Projetos do Governo Federal e dos Governos Estaduais que incentivavam os produtores rurais a fazerem tudo isto. Agora, simplesmente vem e os ACUSAM DE MARGINAIS????
A lei aprovada prevê a punição sim, para aqueles que provocarem o ato de desmatamento AGORA. Nas empresas já instaladas, que comprovarem a participação no PRA – Programa de Regularização Ambiental deverão recompor mas não serão multados. Quem não participar, aí sim, serão multados.
Por outro lado, complementando tudo que falei antes, TODOS NÓS CONSUMIDORES SOMOS CULPADOS. É fácil culpar uma classe que produz alimentos, enquanto BILHÕES de pessoas no mundo EXIGE MAIS E MAIS ALIMENTOS, ÁVIDOS POR NOVIDADES E A PREÇOS BARATOS….
Os culpados pelo desmatamento são aqueles que CONSOMEM DESENFREADAMENTE. São aqueles que não deixam plantar árvores na frente de sua casa…. São aqueles que desperdiçam água lavando as calçadas com água tratada…. São aqueles que possuem 50 pares de calçados, de calças jeans, de blusas de couro…. São aqueles que desperdiçam energia elétrica……
Olá Carlos,
Por favor leia um artigo que saiu na revista The Economist, que cita o quanto países desenvolvidos protegem seu meio ambiente, contrariamente aos em desenvolvimento: “How green is their growth” de 24 de janeiro de 2008. Outra tendência importante publicada em fontes confiáveis como Columbia Press e periódicos editados pela Elsevier, chama-se “forest transitions”, que mostra a mudança de mentalidade que vem sendo adotada no primeiro mundo em relação ao uso da terra e que difere muito do que ocorre em países que visam crescimento rápido e muitas vezes de forma irresponsável.
Qt às legislações ambientais, existem sim inúmeras regras para uso dos recursos naturais que variam em cada país e até em estado da mesma nação. Nos EUA, por exemplo, foi criada o EPA, órgão federal que regulamenta diversos setores ambientais, desde licenciamentos, desmatamentos e perfuração de poços de petróleo, ou proteção de espécies ameaçadas, para as quais existem proteções especiais. A Inglaterra manteve as faixas de matas (hedge-rows) entre plantações e entre propriedades, o que mantém há séculos a fauna e a flora originais da região. Na Escócia, as áreas naturais protegidas são geridas pela própria população, que juntamente com os órgãos federais criados para este propósito resolvem o que fazer para melhor dar conta de educar e cuidar do patrimônio natural do país (escrevi um artigo sobre isso em O Eco – http://www.oeco.com.br).
São inúmeros exemplos e existem regras claras de uso em toda a parte e, quem usa indiscriminadamente é, no mínimo, sem visão de longo prazo e com anseios de lucros rápidos, sem se importar com as conseqüências.
Outra fonte interessante que deve consultar: EEN/Worldwatch Institute: “Green Economics”: Turning Mainstream Thinking on Its Head (15 de fev de 2008), que mostra quanto valem diversos aspectos da proteção ambiental, inclusive ganhos financeiros – como exemplo, o trabalho das abelhas foi estimado em 18 bilhões de dólares para a agricultura dos EUA, que quando o ambiente não está em equilíbrio, deixa de ser disponibilizado gratuitamente pela natureza.
Portanto, Carlos, creio que não sou mentirosa, como você afirma, e sim mais bem informada. Desejo, principalmente, trazer para nosso país o avanço que merece.
Grata de qualquer maneira pelas suas considerações e como já disse a outro leitor anteriormente, ainda bem que vivemos em um país democrático que permite divergências. Com certeza nosso caso é um desses…
“Não estamos pensando em nossos filhos e nas próximas gerações”.
Olá Jacy,
Concordo plenamente. Acho que tem espaço para tudo: gente, natureza e economia (que rege as decisões do mundo atual). Mas, precisamos de ter como paradigma o valor da vida na Terra e a sustentabilidade. Aí, seim, teríamos uma real qualidade de vida para todos que co-habitam nosso planeta. Grata pelas suas palavras.
Lamentável as colocações da Sra Suzana, suas comparações não correspondem a realidade e não contribuem para solução. O Código foi amplamente discutido, mas mesmo assim, não ficará a contento nem de agricultores e nem de ambientalistas. Os agricultores irão para as ruas, tomarão as cidades com seus equipamentos de trabalho ( enxadas, foices,tratores) reeinvidicando que a Lei seja para todos, beira de rios nas cidades, na beira de praia, afinal, vamos derrubar os prédios em Copacabana e em todo Litoral Brasileiro ( está irregular) e a lei é para todos e não só para os agricultores. Demagogia. Do jeito que está, o código vai provocar exito rural nunca visto em lugar nenhum no Mundo, levando população rural para as cidades, o conflito é eminente e grave. Fico perplexo hoje com este tipo de manifestação da Sra Suzana, mas ela ficará mais perplexa ainda quando ver as consequências da sua falta de informação e distorção.
Olá Antônio,
Sinceramente, fico perplexa é com seus comentários, mas como já disse anteriormente, vivemos em um país democrático e por isso expressamos idéias que nem sempre coincidem. Aliás, nõ é preciso consenso, pois a diversidade é mais rica… Concordo que a legislação para as áreas urbanas deveria ser mais rigorosa e cuidadosa, evitando danos e poluições como ocorrem atualmente. Mas, é o meio rural o habitat de tanta biodiversidade (fauna, flora e microorganismos) e riquezas naturais variadas, que incluem a água. Por isso, creio ser insanidade não se pensar em como proteger o que o Brasil tem de tão preciosa, e dar exemplo para o mundo de que sabemos cuidar de nosso patrimônio socioambiental. Há espaço para tudo de tivermos a noção correta do que é ser sustentável. Grata pela atenção!
Olá Antônio,
Sinceramente, fico perplexa é com seus comentários, mas como já disse anteriormente, vivemos em um país democrático e por isso expressamos idéias que nem sempre coincidem. Aliás, nõ é preciso consenso, pois a diversidade é mais rica… Concordo que a legislação para as áreas urbanas deveria ser mais rigorosa e cuidadosa, evitando danos e poluições como ocorrem atualmente. Mas, é o meio rural o habitat de tanta biodiversidade (fauna, flora e microorganismos) e riquezas naturais variadas, que incluem a água. Por isso, creio ser insanidade não se pensar em como proteger o que o Brasil tem de tão preciosa, e dar exemplo para o mundo de que sabemos cuidar de nosso patrimônio socioambiental. Há espaço para tudo de tivermos a noção correta do que é ser sustentável. Grata pela atenção!
Muito bom artigo. É uma pena que as pessoas enxergam e reduzem a discussão do Código apenas a um embate entre ambientalistas (nem todos “ecochatos”) e ruralistas (nem todos inimigos da natureza).
Isso acaba ofuscando o debate do mérito de uma questão crucial, que inclusive pode definir o Brasil que queremos nesse século XXI, ainda mais no pais que detém a maior extensão de florestas tropicais do mundo.
Uma discussão que deveria ser apropriada por todos, desde economistas, empresários,… quem mora em cidade, no campo,…das diferentes classes sociais… O que há tb é uma enorme desproporção na representação de no nosso Congresso. Segundo a CPT, a Frente Parlamentar Agropecuária é formada por 268 deputados, 52,24% do total dos 513 eleitos, enquanto a população rural brasileira é de apenas 16%. Bom lembrar que estão incluídos aí os pequenos produtores, longe de se sentirem representados por essa bancada, mais voltada às médias e grandes propriedades – estas representam apenas 9,12% dos estabelecimentos rurais, embora ocupem 78,58% do total das áreas.
Foi-se tb a oportunidade de um novo Código moderno, contemplando mesmo que de forma preliminar os serviços ambientais, a repartição justa dos benefícios da biodiversidade, entre outras medidas que poderiam impactar o nosso PIB e encaminhar um outro modelo de desenvolvimento, mais limpo, eficiente e inclusivo.
Sem florestas, não tem agricultura. E temos ainda muito espaço para melhorar a eficiencia de ambas e todos ganharem como isso, a começar pelo nosso Planeta e nossos filhos.
Medo de ser vanguarda, Brasil?
Olá Caetano,
Agradeço os dados elucidativos e que mostram a inconsistência do que está sendo pleiteado pelos ruralistas. Os pontos que levanta são fundamentais para vermos como uma minoria está pensando em benefício próprio e não no que é melhor para o Brasil. Valeu!!!!
Olá Suzana
Ótimo artigo. Através de iniciativas como a sua poderemos quem sabe num futuro bem próximo alcançar a convivência harmônica entre o setor agropecuário e meio ambiente. Não dá mais para aceitar a pressão e o domínio dos ruralistas. Estou muito confiante no veto da Presidente Dilma. Parabéns!
Obrigada, Panini! O sonho de conseguirmos uma convivência harmônica entre os setores, e principalmente entre o ser humano e a natureza (que é a mesma coisa pq somos natureza) devia ser o sonho de todos nós. Grata pelo apoio, que na verdade condiz com um Brasil sustentável.
O que está em jogo nesse debate – aliás, diga-se de passagem – digno dos anos 1970, é a manutenção da imensa biodiversidade ancestral brasileira e um importante recurso estratégico, a água . Grupos defensores da mudança no Código atendem a interesses imediatistas e na contramão de uma agricultura sustentável e produtiva.
Ricardo Cardim
Olá Ricardo, Concordo com você e agradeço seus comentários. Vemos uma tendência de se pensar velho – na verdade, quem está lutando pelas mudanças do Código parecem pensar em interesses próprios e não na imensa riqueza natural que tem o nosso querido Brasil. Obrigada pelo apoio!
Suzana, sem falar, ainda, nos reservatórios de diamante e outros minerais nobres no cerrado (Canastra/MG) e Amazonia legal…grande preocupação também….Grandes grupos nacionais (herdaram do pai todo mapeamento de fontes de riquezas minerais e hj são grupos e pessoas entre as mais ricas do planeta!!!! sabemos quem!) e internacionais só esperando as mudanças do código se concretizarem… Maquiavel já dizia (imagine): “Nada é mais difícil de assumir, mais perigoso para conduzir, do que tomar a iniciativa na introdução de uma nova ordem de coisas. A inovação tem como inimigos todos que se saíram bem sob as antigas condições e têm defensores tímidos nos que, talvez, possam se sair bem sob as novas”. E as novas são as gerações futuras, sim!