E você, já descobriu seu feminino hoje?
08/03/12 15:46Por Eliana Tiezzi – Papel de Gente (especial para o Dia da Mulher)
Quando penso no Dia da Mulher, rapidamente vem à minha cabeça todas as mulheres que passaram por minha vida, desde minhas bisavós italiana e espanhola, minha avós espanhola e pernambucana, até minhas muitas tias.
Família grande de imigrantes que vieram trabalhar na lavoura de café e que tinham, como centro do universo familiar, mulheres silenciosamente poderosas.
Também olho para minha própria historia, na tentativa de identificar em que tipo de mulher me transformei… que qualidades do feminino desenvolvi.
Há pouco tempo, alguns amigos com quem estou envolvida mais recentemente disseram que minha essência é “o ajudar” e confesso que achei engraçado pois, de verdade, nunca me senti assim.
Mas começando a observar meus movimentos depois destas falas, descobri que pulsa em meu ser um constante movimento de encontrar soluções, de fazer conexões, de viabilizar possibilidades e recursos.
Foi neste espírito que nasceu há 17 anos o Papel de Gente, OSCIP e empresa social focados no atendimento alternativo do portador de transtornos psíquicos, na sustentabilidade e na qualidade na vida em centros urbanos e no desenvolvimento de estratégias de negócios socioambientais.
Qualidade pessoal? Sim e não, pois acredito que, acima de tudo, é uma qualidade do feminino que vem gradativamente se fazendo mais presente em todo planeta, à medida que os desejos e interesse de toda a população vai adquirindo outros coloridos e maior refinamento.
Sim, temos interesse em ganhar dinheiro, muito dinheiro, mas qual é o limite de ser rico? Sim, queremos construir casas e grandes negócios, mas como podemos fazer para que todos possam ganhar? Sim, queremos uma educação de qualidade para nossos filhos, mas quais valores serão fortalecidos na estrutura ainda delicada das crianças? Sim, queremos valores em nossas vidas, mas aqueles permeados pela qualidade, verdade e ética.
Temos noção, talvez pela intuição, de que o “um” só é possível com o “todo” .
Bem, escrevendo este texto descobri mais uma coisa: não sou homem ou mulher, sou um ser com estas qualidades na alma, com estas nuances permeando minha presença nas relações e naquilo que faço.
Então, acho que deveríamos, no Dia da Mulher, comemorar essa “coisa”, que transcende ao “uno” ou gênero, mas que de fato deveria essencialmente, ser comum a cada um de nós.